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Talibãs rejeitam proposta de Cabul sobre libertação de prisioneiros

Os talibãs rejeitaram hoje a proposta de Cabul sobre a libertação faseada de 5.000 prisioneiros insurgentes em troca de uma redução "importante" das violências, e quando permanecem adiadas eventuais discussões entre as duas partes sobre o futuro do Afeganistão.

Talibãs rejeitam proposta de Cabul sobre libertação de prisioneiros
Notícias ao Minuto

19:41 - 11/03/20 por Lusa

Mundo Cabul

A perspetiva de um novo aumento da violência também parece aproximar-se, após o governo afegão ter advertido hoje os talibãs que as suas tropas vão retomar a ofensiva "a partir da próxima semana" caso prossigam os ataques dos insurrectos.

A esperança de uma rápida solução da questão dos prisioneiros talibãs, que a sua liderança considera uma condição prévia ao início do diálogo inter-afegão, tem-se desvanecido nas últimas semanas.

Esta medida, que figurava no acordo assinado em 29 de fevereiro em Doha por Washington e os rebeldes, mas não ratificado por Cabul, previa a libertação de 5.000 talibãs em troca de 1.000 membros das forças afegãs detidos pelos insurgentes.

O Presidente afegão, Ashraf Ghani, sempre se opôs a este acordo em nome da "soberania nacional", mas o seu porta-voz Sediq Sediqqi anunciou hoje de manhã a publicação de um decreto com uma solução de compromisso.

Num "gesto de boa vontade", Ghani propôs a libertação de 1.500 prisioneiros talibãs a partir de sábado, ao ritmo de uma centena de detidos por dia, na perspetiva do início de conversações com os insurgentes. Os restantes 3.500 detidos deveriam sair das prisões posteriormente "na condição de uma diminuição importante da violência".

Mas os insurgentes rejeitaram na tarde de hoje a proposta governamental. "Os 5.000 prisioneiros devem ser libertados em simultâneo", insistiu um dos seus porta-vozes, Suhail Shaheen, citado pela agência noticiosa AFP.

"Isso deverá acontecer antes das discussões inter-afegãs", nas quais os insurgentes e Cabul devem negociar com a oposição e a sociedade civil o futuro do país, prosseguiu Shaheen, acrescentando que a mínima alteração equivale a "uma violação" do acordo de Doha.

Nesse texto, aprovado na terça-feira pelo Conselho de Segurança da ONU, Washington promete a retirada total das suas forças do Afeganistão num prazo de 14 meses, na condição do respeito pelos rebeldes dos seus compromissos securitários e do início de um diálogo inter-afegão.

O acordo de Doha prevê que o contingente norte-americano no Afeganistão seja reduzido dos atuais 12.000 a 13.000 soldados para 8.600 até meados de julho. As Forças Armadas dos EUA iniciaram na terça-feira a retirada de duas bases, incluindo uma situada na província de Helmand (sul), em grande parte controlada pelos talibãs.

O início da desmobilização das forças norte-americanas, que poderão permitir aos talibãs reforçar o seu controlo no terreno, também coincide com graves divergências no governo afegão, que emite crescentes sinais de divisão.

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