"Temos de escolher quem tratar como na guerra", diz médico italiano
O anestesista que trabalha na Lombardia, a região mais afetada pelo surto de coronavírus, disse que as decisões sobre quem tratar são tomadas com base na "idade e no estado de saúde".
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Mundo Coronavírus
Um médico italiano descreveu o difícil cenário que os profissionais de saúde no norte de Itália enfrentam face à epidemia de Covid-19 e as difíceis escolhas que têm de tomar todos os dias. “Temos de escolher quem tratar como em situações de guerra”, afirmou Christian Salaroli, um anestesista que trabalha em Bergamo, na região da Lombardia, numa entrevista concedida ao jornal italiano Corriere della Sera.
Face à situação de emergência e ao facto dos hospitais não disporem de recursos suficientes face ao número elevado de pacientes, Salaroli explicou que ele e os colegas têm de escolher os pacientes que vão ser intubados entre aqueles que se encontram num estado mais grave.
“Como há, infelizmente, uma desproporção entre entre recursos hospitalares, camas e pacientes em estado crítico, nem todos podem ser intubados. Decidimos com base na idade e no estado de saúde”, disse o anestesista.
“Se uma pessoa entre os 80 e os 95 anos tiver dificuldades respiratórias graves, é provável que não avancemos. Se houver uma falência de vários órgãos, de mais de dois ou três órgãos vitais, isso significa que a taxa de mortalidade é de 100%”, acrescentou.
Em Itália, o surto do novo coronavírus causou a morte a 463 pessoas e já houve mais de nove mil casos de infeção.
Esta segunda-feira o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte anunciou que a quarentena imposta ao norte do país seria estendida ao resto de Itália. Esta quarentena vai manter-se até ao dia 3 de abril.
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