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UE apela à Turquia para cumprir compromissos e vai avaliar fluxos

A Comissão Europeia pediu hoje à Turquia que cumpra os seus compromissos para acolhimento de migrantes, nomeadamente no âmbito da cooperação com a União Europeia (UE), e anunciou que vai estudar os fluxos migratórios para considerar eventuais medidas.

UE apela à Turquia para cumprir compromissos e vai avaliar fluxos
Notícias ao Minuto

12:30 - 28/02/20 por Lusa

Mundo Migrações

"Esperemos que a Turquia cumpra os seus compromissos e que as autoridades turcas confirmem que não houve qualquer mudança nas suas políticas e na sua posição oficial", instou hoje o porta-voz da diplomacia europeia, Peter Stano.

Falando na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, em Bruxelas, o responsável recordou a cooperação entre a UE e a Turquia, que permitiu reduzir substancialmente nos últimos anos o número de chegadas irregulares através da travessia marítima entre os territórios turco e grego, afirmando esperar que Ancara "mantenha os seus compromissos".

Ainda assim, "no que toca às especulações sobre fluxos de migrantes na Turquia, gostaria de sublinhar que não houve qualquer anúncio oficial do lado turco sobre mudanças nas políticas de receção e de asilo", garantiu Peter Stano.

O responsável disse ainda que a UE tem a acompanhar a "informação que tem vindo a público, nomeadamente através das redes sociais", que dão conta de um eventual aumento dos fluxos migratórios por causa da situação na Síria.

"O que vamos é fazer a nossa própria análise através das nossas agências [europeias] para perceber se houve alguma mudança significativa e se há medidas apropriadas a tomar", adiantou Peter Stano.

As declarações surgem depois de, também hoje, uma importante autoridade turca ter dito que a Turquia não impediria mais os migrantes que tentam chegar à Europa cruzando a fronteira, logo após a morte de pelo menos 33 soldados turcos na região noroeste de Idlib, na Síria, em ataques aéreos atribuídos por Ancara ao regime sírio, que são apoiados militarmente pela Rússia.

Além do grupo de migrantes na fronteira terrestre, a agência de notícias turca DHA informou a chegada de outros migrantes na costa de Ayvacik, na província de Çanakkale (oeste da Turquia), procurando alcançar a ilha grega de Lesbos.

A Turquia, que já abriga cerca de 3,6 milhões de sírios que fugiram de seu país devastado pela guerra, teme a chegada de ainda mais refugiados, à medida que a população rejeita cada vez mais a presença destes migrantes.

A Grécia e os seus parceiros europeus temem um novo afluxo de refugiados da Síria. Em 2015, mais de um milhão de refugiados e migrantes chegaram à Europa, até um acordo entre a UE e a Turquia para regular os seus movimentos.

A Grécia já está a ter dificuldades para cuidar dos milhares de requerentes de asilo que estão retidos no país, às vezes há vários anos, especialmente em suas ilhas, onde os campos de migrantes estão sobrelotados e as condições de vida são insalubres.

Mais de 38.000 migrantes lotam acampamentos nas ilhas de Lesbos, Chios, Samos, Leros e Kos, enquanto essas instalações são planeadas apenas para 6.200 pessoas.

Apenas algumas centenas de migrantes foram devolvidos à Turquia e também poucos Estados europeus concordaram em aceitar refugiados da Grécia depois de as fronteiras europeias terem sido fechadas em 2016.

Os campos gregos no continente também estão sobrelotados e as autoridades locais também se opõem à chegada de novos migrantes.

Esta semana, o Governo grego tentou adiantar o seu plano para novos campos ao enviar polícias e equipamentos de construção para Lesbos e Chios. Entretanto, a iniciativa provocou uma revolta: após violentos confrontos com manifestantes que deixaram dezenas de feridos, a polícia foi removida das ilhas.

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