UE deve rejeitar "plano Trump", defendem personalidades europeias
O "plano Trump" para resolver o conflito israelo-palestiniano sujeitaria os palestinianos a um "apartheid" pelo que deve ser rejeitado pela União Europeia, defendem meia centena de personalidades europeias numa carta aberta divulgada hoje pelo jornal El País.
© Reuters
Mundo Conflito
Javier Solana, que dirigiu a política externa da União Europeia (UE), Jacques Delors, antigo presidente da Comissão Europeia, e Mary Robinson, antiga presidente da Irlanda e Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, estão entre os signatários da carta, que denuncia que o plano permite a anexação por Israel de território ocupado e inviabiliza um Estado da Palestina.
Divulgado a 28 de janeiro pelo presidente norte-americano, Donald Trump, ao lado do primeiro-ministro israelita em funções, Benjamin Netanyahu, o plano apresenta Jerusalém como a "capital indivisível de Israel" e prevê a anexação pelo Estado hebreu dos colonatos que criou na Cisjordânia ocupada desde 1967 e do vale do Jordão.
Além da União Europeia, as Nações Unidas, a Liga Árabe e a Organização de Cooperação Islâmica pronunciaram-se contra o "plano Trump", considerando que não respeita o consenso internacional sobre a solução dos dois Estados para resolver o conflito com décadas, refere o jornal espanhol.
A carta dos 50 antigos chefes da diplomacia e dirigentes europeus assinala que o plano "tem características semelhantes ao apartheid" devido à segregação entre os dois povos a que obriga.
O antigo comissário europeu para as relações externas Chris Patten, o ex-primeiro-ministro Massimo d'Alema e os ex-chefes da diplomacia Hubert Védrine, Jack Straw e Trinidad Jiménez são outros dos signatários da carta que pede medidas à liderança da UE para "rejeitar o plano (...) e combater a ameaça de anexação de territórios palestinianos", segundo o El País.
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