"Um projeto de resolução que inclui a rejeição do acordo Trump-Netanyahu será apresentado no Conselho de Segurança", afirmou, em declarações à agência France-Presse (AFP), Saleh Rafat, membro do comité executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), numa referência ao plano norte-americano que pretende resolver o conflito israelo-palestiniano.
O plano norte-americano, apresentado na semana passada em Washington pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi bem acolhido pelos israelitas.
Netanyahu chegou a classificar o anúncio como "um dia histórico", caracterizando como "excecional" o plano de paz norte-americano.
Já o lado palestiniano, nomeadamente a Autoridade Palestiniana e o Hamas (movimento radical palestiniano que governa o enclave de Gaza), rejeitou com veemência a proposta norte-americana, que também suscitou as críticas e os alertas de vários atores regionais e internacionais como a Liga Árabe, Jordânia e a Turquia.
O plano da administração Trump prevê, entre outros aspetos, manter Jerusalém como "a capital indivisível de Israel" e permitir alargar a soberania do Estado hebreu ao Vale do Jordão e a colonatos na Cisjordânia ocupada.
O projeto de Washington propõe igualmente a criação de um Estado palestiniano desmilitarizado no território que restaria da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
Segundo Saleh Rafat, o plano norte-americano "vai contra as resoluções do Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito palestiniano".
Saleh Rafat acrescentou que caso os Estados Unidos, um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, impuserem o seu poder de veto para bloquear a resolução dos palestinianos, os representantes da Palestina irão dirigir-se à Assembleia-geral da ONU.
O representante da delegação palestiniana junto da ONU, Ryad Mansour, disse hoje, por sua vez, em declarações à radio oficial Voz da Palestina, que Mahmoud Abbas deve chegar na segunda-feira a Nova Iorque, prevendo dirigir-se ao Conselho de Segurança na terça-feira.
Na segunda-feira foi divulgado que Jared Kushner, assessor e genro de Trump e o grande impulsionador da proposta, vai apresentar na quinta-feira no Conselho de Segurança da ONU o plano de paz norte-americano para o Médio Oriente.
A apresentação ao órgão máximo de decisão das Nações Unidas será feita numa reunião à porta fechada.
Em 2012, a Assembleia-geral das Nações Unidas aprovou a elevação do estatuto da Palestina a Estado observador não-membro.