Viktor Orbán vai consultar húngaros sobre indemnizações a roms e detidos
O Governo nacionalista húngaro anunciou hoje uma nova consulta nacional sobre o pagamento de indemnizações legais aos detidos e aos roms (ciganos), vigorosamente denunciadas pelo primeiro-ministro Viktor Orbán nos últimos meses.
© Reuters
Mundo Hungria
"É insensato que o Estado disponibilize anualmente diversos milhares de forints aos condenados", declarou em conferência de imprensa o ministro Gergely Gulyas, com ligação ao gabinete do chefe de Governo.
Em janeiro, o Governo anunciou a suspensão do pagamento aos presos de indemnizações destinadas a compensar as más condições nas prisões sobrelotadas do país. Viktor Orbán criticou as leis "laxistas e absurdas" que preveem estas verbas.
Desde setembro que Viktor Orbán também recusa pagar 300.000 euros de indemnizações a famílias roms que processaram as autoridades por terem permitido a segregação escolar de 60 crianças roms deste país da Europa central, membro da União Europeia desde 2004. O primeiro-ministro considerou "profundamente injusto" que as famílias de etnia cigana "obtenham dinheiro sem trabalhar".
"O Governo tem uma opinião clara sobre estas questões e sabe que resposta fornecer, mas para tal necessita de um apoio da sociedade", precisou Gulyas. A campanha deverá iniciar-se em março e tem por objetivo "o restabelecimento da ordem pública e moral", adiantou.
Esta iniciativa governamental será acompanhada por cartazes públicos e formulários enviados por correio à população. As questões deverão ser reveladas na próxima semana.
O inquérito é o último de uma série de consultas efetuadas desde 2015 e consideradas demagógicas pelos adversários do primeiro-ministro.
No verão de 2017, o Governo pediu aos húngaros que se pronunciassem sobre como contrariar a política migratória da União Europeia e as atividades do milionário norte-americano George Soros, um inimigo de Orban e acusado de pretender "afogar" a UE com os fluxos de migrantes.
O novo projeto de consulta já foi denunciado por ONG, representantes dos roms e advogados, que receiam um reforço das discriminações dirigidas à população de etnia cigana. Os roms representam 7,5% da população e são a mais importante minoria do país de 10 milhões de habitantes.
De acordo com um relatório divulgado em 2018 pelo Conselho da Europa, a Hungria é o país da UE onde o excesso de população prisional é mais elevado.
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