Elementos do Serviço de Informações do Sudão usam armas em protestos
Vários membros do Serviço Nacional de Informações e Segurança do Sudão (NISS) manifestaram hoje o seu descontentamento com a reforma da instituição, disparando armas em vários pontos de Cartum, incluindo no interior e junto à sede da agência.
© Reuters
Mundo Sudão
A violência desencadeou alertas no Sudão, que atravessa um período de transição delicado, após o derrube do antigo Presidente Omar al Bashir em abril passado, e é agora governado por um executivo de transição composto por militares e civis.
O NISS fez saber, entretanto, através de uma declaração, que alguns membros de um departamento interno, o Comité de Operações, se opuseram a um montante compensatório oferecido no quadro da "reestruturação" da instituição.
O Governo sudanês decidiu há meses restringir as competências daquele organismo público a apenas a função de inteligência, libertando-o do seu braço de segurança e, neste contexto, desmantelar o denominado Comité de Operações da agência.
Aos cerca de 13.000 homens que integravam a subestrutura, o Governo ofereceu a possibilidade de integrarem o Exército, as Forças de Reação Rápida ou a polícia, mas a maioria dos funcionários optou pela demissão com indemnização.
O temido Serviço de Informações e Segurança foi acusado de protagonizar a repressão durante a ditadura de Al Bashir e, em particular, durante os protestos contra o antigo Presidente, que, ao fim de quatro meses, foi forçado a abandonar o comando dos destinos do país pelo seu próprio exército.
Uma das principais reivindicações dos manifestantes e das forças políticas da oposição no Sudão foi, precisamente, o desmantelamento daquela força de segurança e o julgamento dos responsáveis pela repressão, que se saldou por centenas de mortes durante os protestos que decorreram entre dezembro de 2018 e junho de 2019.
De acordo com fontes oficiais citadas pela agência Associated Press, as forças de segurança contiveram já os protestos armados.
O ministro sudanês da Informação, Faisal Mohamed Salah, apelou às "forças rebeldes" para entregarem as armas através de uma declaração emitida pela televisão pública do país.
Segundo o governante, os distúrbios eclodiram esta tarde na capital, Cartum, e ainda noutra cidade, mas não provocaram quaisquer baixas entre as forças de segurança ou civis.
A Associação dos Profissionais Sudaneses, a principal organização por detrás do movimento de protesto que depôs al-Bashir, instou as pessoas a permanecerem dentro de casa até que o distúrbio fosse resolvido e exigiu a intervenção imediata do Estado.
O organismo apelou ainda aos sudaneses e estrangeiros para se afastarem de todas as zonas militares e evitarem assim "eventuais confrontos armados que possam ocorrer devido às tensões muito altas".
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