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Cantor e aspirante a candidato presidencial detido novamente no Uganda

A polícia do Uganda voltou hoje a deter o cantor e ativista político Bobi Wine, que aspira a tornar-se candidato nas eleições presidenciais do país, em 2021, que tinha sido detido na segunda-feira e libertado no dia seguinte.

Cantor e aspirante a candidato presidencial detido novamente no Uganda
Notícias ao Minuto

20:23 - 08/01/20 por Lusa

Mundo Uganda

De acordo com o secretário executivo do grupo "Poder do Povo", David Lewis Rubongoya -- e ao qual pertence Bobi Wine -, citado pela agência Associated Press, o ativista e outros dois membros da oposição parlamentar foram detidos hoje pela polícia em Lira, no norte do Uganda, onde tentaram organizar uma reunião com populares.

Bobi Wine, cujo verdadeiro nome é Kyagulanyi Ssentamu, ganhou protagonismo político, em 2017, ao conquistar um lugar de deputado como candidato independente, tendo desde então participado em campanhas de outros candidatos, o que gerou uma onda de incentivos para que ele próprio concorra à presidência do país.

O cantor e ativista reclama o afastamento do Presidente de longa data Yoweri Museveni, sustentando que os jovens devem preparar-se para assumir a liderança daquele país da África Oriental.

O aspirante a candidato presidencial "foi levado numa carrinha da polícia, a toda a velocidade", revelou o secretário executivo do "Poder do Povo", para uma "localização desconhecida".

As autoridades ugandesas detiveram Wine na segunda-feira e impediram a realização do primeiro encontro público do cantor com apoiantes, mas foi libertado no dia seguinte.

A polícia utilizou gás lacrimogéneo para dispersar a multidão de apoiantes do cantor, que se concentravam nos arredores de Kampala, apesar de o encontro ter sido autorizado pelas autoridades eleitorais.

O encontro era o primeiro de vários anunciados pelo deputado da oposição ugandesa.

Através de uma mensagem colocada na sua conta na rede social Twitter, Bobi Wine adiantou que ele e alguns colegas foram detidos e transferidos da esquadra de polícia da sua região, o distrito de Wakiso, para outra nos arredores de Kampala.

As forças policiais do Uganda têm impedido repetidamente que Wine fale em comícios, dê concertos ou participe em concentrações, considerando que os eventos representam um perigo para o público.

O Presidente ugandês, que indicou que voltará a concorrer, acusa Wine de tentar mobilizar os seus apoiantes para a promoção de tumultos.

Com as eleições presidenciais marcadas para 2021, crescem os receios de que a campanha seja marcada pela violência à medida que as forças de segurança limitam o espaço disponível para os opositores contactarem com os seus apoiantes.

O ativista político enfrenta, no entanto, acusações de traição relacionadas com a sua alegada participação num incidente, em 2018, no qual a comitiva do Presidente foi atacada com pedras num evento de campanha.

Os procuradores acrescentaram ainda ao processo acusações de "irritar" o Presidente e de desobedecer à autoridade depois de ter liderado uma manifestação contra um imposto que visava as redes sociais, acusações negadas pelo cantor.

Uma eventual condenação neste processo impedirá a sua candidatura.

Museveni, de 75 anos, tornou-se elegível para concorrer novamente à chefia do Estado depois de os deputados terem aprovado legislação que removeu uma cláusula da Constituição que impedia qualquer pessoa com mais de 75 anos de ser Presidente.

Bobi Wine estava entre os que se opuseram a esta mudança.

O Uganda nunca teve uma transferência de poder pacífica desde que o país se tornou independente da Grã-Bretanha em 1962.

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