Khashoggi. EUA pedem "mais transparência" a Ríade

Os Estados Unidos afirmaram hoje que a condenação à pena de morte de cinco sauditas pela Justiça saudita pelo assassínio do jornalista Jamal Khashoggi é "um passo importante".

Jornalista terá sido "desmembrado" no consulado saudita na Turquia

© Reuters

Lusa
23/12/2019 20:06 ‧ 23/12/2019 por Lusa

Mundo

Khashoggi

 

"Os veredictos de hoje são um passo importante para fazer pagar todos os responsáveis por este crime terrível", disse aos jornalistas um alto responsável norte-americano, que pediu para não ser identificado.

Enquanto a Turquia, a ONU e várias organizações de direitos humanos criticaram fortemente a decisão do tribunal de Ríade, que eximiu de responsabilidades dois dos principais suspeitos, o funcionário norte-americano limitou-se a pedir "mais transparência" à Arábia Saudita, país aliado dos Estados Unidos.

As organizações Amnistia Internacional, ONU e Repórteres sem Fronteiras criticaram a Justiça saudita pelas cinco condenações à morte e de afastar as acusações ao príncipe herdeiro e a um conselheiro.

"A sentença serve para branquear [as acusações] e não faz justiça nem mostra a verdade a Jamal Khashoggi e aos seus familiares", declarou hoje, em comunicado, a diretora da unidade da Amnistia Internacional para o Médio Oriente, Lynn Maalouf, classificando o julgamento como "um processo injusto".

"Esta sentença não aborda o envolvimento das autoridades sauditas no crime", acrescentou, lembrando que o julgamento foi realizado à porta fechada.

A Turquia pediu a extradição de 18 sauditas detidos por suspeita de envolvimento no assassínio, tendo Riade recusado e afirmado que seriam julgados na Arábia Saudita.

Os advogados dos suspeitos pediram para conhecer as acusações exatas contra os seus clientes e um período para as analisar, mas, apesar de o tribunal ter aceitado os seus pedidos, não marcou qualquer data para uma nova audiência.

Fontes próximas do processo disseram que vários dos réus se defenderam em tribunal dizendo que estavam a cumprir ordens do general Ahmed al-Assiri - outro dos conselheiros próximos do príncipe herdeiro saudita -, descrevendo-o como "o líder" da operação.

Tanto Ahmed al-Assiri como Saud al-Qahtani foram alvo de ordens de prisão emitidas no início de dezembro pelas autoridades turcas por alegado envolvimento na morte de Khashoggi.

Das 11 pessoas acusadas neste caso, cinco foram condenadas à morte, três a penas de prisão que totalizam 24 anos, e as restantes foram absolvidas.

Os condenados podem recorrer, de acordo com o texto do comunicado de imprensa.

O tribunal realizou um total de nove audiências na presença de representantes da comunidade internacional e de parentes de Jamal Khashoggi, tendo concluído que o assassínio de Khashoggi "não foi premeditado".

No entanto, a CIA e a relatora especial das Nações Unidas sobre execuções sumárias afirmaram que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita está ligado ao assassínio, acusações que Mohammed bin Salman nega.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, recusou aceitar a posição da CIA e defendeu que não havia provas sólidas para a acusação.

As Nações Unidas e os grupos de direitos humanos pediram uma investigação independente sobre o assassinato.

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