Rússia e Sérvia reforçam cooperação energética e militar
Os líderes da Rússia e da Sérvia concordaram hoje em reforçar os laços nas áreas da defesa e da energia, no decurso de uma vista oficial do líder de Belgrado.
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Mundo Energia
Após receber o seu homólogo sérvio Aleksandar Vucic na estância balnear de Soshi, Mar Negro, o presidente russo Vladimir Putin disse que o fornecimento de gás natural ao país dos Balcãs foi um dos assuntos abordados.
Putin disse que a Rússia pretende continuar a canalizar gás em direção à Europa central e do sudeste através da Ucrânia, mas referiu que até ao momento Kiev propôs condições inaceitáveis para o seu trânsito. No entanto, disse esperar que a Rússia e a Ucrânia alcancem um compromisso.
Vucic sublinhou que os dois países mantêm uma "excelente" cooperação militar, e que a Sérvia aguarda a entrega de novas remessas de armamento russo.
O líder sérvio assinalou ainda que a campanha de bombardeamentos da NATO contra a Sérvia, justificada pela "guerra do Kosovo", teria sido impossível caso Putin já estivesse em funções no Kremlin.
Numa referência à atual situação regional, Vucic considerou não existirem atualmente condições para resolver as divergências entre o seu país e o Kosovo, e manifestou "pouco otimismo" sobre o processo de normalização das relações entre Belgrado e Pristina, atualmente bloqueado.
"Não sou otimista sobre [a possibilidade de] alcançar uma solução definitiva em termos de um compromisso entre Belgrado e Pristina", assinalou no início do encontro, citado pela agência noticiosa Interfax.
As negociações entre as duas partes, num processo mediado pela União Europeia, estão paralisadas desde há um ano devido à decisão do ex-primeiro-ministro kosovar, Ramush Haradinaj, em impor uma taxa de 100% sobre os produtos provenientes da Sérvia. O Kosovo, ex-província do sul da Sérvia com maioria de população albanesa, autoproclamou a independência em 2008.
Na terça-feira, durante uma deslocação a Belgrado, o Presidente da Bielorrússia Alexander Lukashenko defendeu o reforço dos laços da Sérvia com o bloco económico liderado pela Rússia, apesar das pretensões do país balcânico para garantir a adesão plena à União Europeia (UE).
No decurso de uma conferência de imprensa conjunta com Vucic, o chefe de Estado bielorrusso, um aliado da Rússia, referiu respeitar os objetivos da Sérvia face à UE, mas considerou que caso o bloco comunitário prossiga com a sua política de "ultimatos", a Sérvia deverá apontar para a União Económica da Eurásia (UEE).
A UEE integra a Rússia, Arménia, Bielorrússia, Cazaquistão e Quirguistão.
A França lidera um grupo de países da UE que defende uma reforma no processo de adesão de novos membros, incluindo a reversibilidade do processo, e que coloca num limbo as esperanças de uma integração da Sérvia e de outros países dos Balcãs ocidentais.
A decisão fez aumentar os receios sobre um reforço da influência da Rússia e da China na região, que atravessou uma guerra fratricida na década de 1990 na sequência da implosão da Jugoslávia federal.
A Sérvia, o país dos Balcãs que mantém relações mais próximas com a Rússia, assinou recentemente um acordo de comércio livre com a UEE apesar das advertências da União Europeia de que poderia comprometer as esperanças de adesão plena ao bloco comunitário.
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