Os convidados desta quinta-feira do programa Pânico, na Rádio Jovem Pan, foram os jornalistas Glenn Greenwald, fundador do The Intercept Brasil e autor das reportagens ‘Vaza Jato’, e Augusto Nunes. Já existia um historial de animosidade entre ambos, mas nada que fizesse prever o que se passou no decurso do programa.
Glenn Greenwald chamou repetidas vezes Augusto Nunes de “cobarde” e foi agredido pelo jornalista. Os dois tiveram de ser separados por quem estava no estúdio da rádio para evitar que o confronto entre os dois jornalistas assumisse maiores proporções.
Em causa está um comentário feito anteriormente por Augusto Nunes, no qual fez menção aos filhos de Glenn Greenwald e do seu marido, o deputado do PSOL David Miranda, adianta o Folha de São Paulo.
“Quem é que cuida das crianças que eles adotaram? A proteção de menores devia investigar isso”, afirmou, tendo ainda acrescentado que o “Glenn Greenwald passa o dia a ter chiliques no Twitter ou trabalhando como recetador de mensagens roubadas. Esse David fica em Brasília lidando com rachadinhas (prática de parlamentares que se apropriam de parte do salário de funcionários que trabalham para eles), essa é a suspeita”.
Glenn respondeu na altura que “fez jornalismo em dezenas de países no mundo democrático. Um limite absoluto, até em combate político, é que os filhos menores não sejam usados como alvo”.
A troca de palavras culminou esta quinta-feira com a agressão de Augusto Nunes ao jornalista que já venceu um Prémio Pulitzer.
Em junho, Glenn Greenwald tornou-se persona non grata para o governo de Jair Bolsonaro quando o The Intercept Brasil começou a publicar mensagens trocadas entre o antigo juiz Sérgio Moro – atual ministro da Justiça do Brasil - e procuradores da Operação Lava Jato.
Mensagens que parecem comprometer o princípio de imparcialidade que Moro deveria respeitar. O então juiz parecia estar a colaborar ativamente com a acusação.