Sentia-se a afogar e médico do 112 negou-lhe ajuda. Acabou por morrer

Aitor García sofreu uma embolia pulmonar e morreu por falta de irrigação cerebral. Médico do 112 não quis enviar ambulância. Disse à mãe de Aitor que o filho estava a "respirar perfeitamente".

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Notícias Ao Minuto
07/11/2019 19:40 ‧ 07/11/2019 por Notícias Ao Minuto

Mundo

Espanha

Um jovem de 24 anos morreu por falta de irrigação cerebral depois de um médico do 112 ter recusado enviar um ambulância para prestar-lhe assistência. De acordo com o El Mundo, Aitor García esperou mais de 23 minutos, e só depois de outra chamada para o 112 foi enviada a ambulância, mas foi tarde demais.

O jovem já tinha entrado em morte cerebral. Ainda foi transportado para o hospital, mas morreu quatro dias depois.

O áudio da chamada telefónica para o 112, a que o jornal espanhol teve acesso, mostra o desespero da mãe de Aitor, Carmen Ruiz, que viu o seu filho a desfalecer diante de si, tendo-lhe sido negada ajuda.

A mulher ligou para o 112 e explicou que o filho não estava a sentir-se bem. Suava muito e disse ao médico do outro lado da linha que o filho queixava-se de não conseguir respirar. O médico insistiu em falar com Aitor, apesar de Carmen lhe ter dito que o filho não conseguia. Mas perante a intransigência do médico, Carmen passou o telefone a Aitor.

“Afogo-me”, disse Aitor ao médico. “Eu não te oiço a afogares-te. Estás nervoso ou assim?”, perguntou o médico. “Nãooo”, respondeu Aitor, com dificuldades em verbalizar o que sentia. O médico pediu-lhe para passar o telefone à mãe e afirmou a Carmen que Aitor “estava a respirar perfeitamente”.

Por ser domingo, perguntou-lhe se o jovem tinha tomado alguma coisa. “Não, ele ontem nem saiu, esteve em casa o dia todo”, respondeu a mãe de Aitor. Antes da chamada terminar, o médico do 112 referiu que seria enviado um médico para avaliar Aitor, mas sem urgência.

Instantes depois, Aitor começou a ficar “azul”, entrou em paragem cardiorrespiratória. Passam-se 23 minutos, uma nova chamada para o 112 é feita e chega uma ambulância. O médico que avalia Aitor disse a Carmen que o “cérebro esteve demasiado tempo sem ser irrigado”. Aitor estava já em morte cerebral.

O jovem que sofreu uma embolia pulmonar morreu por falta de irrigação cerebral no dia 14 de janeiro de 2018. “Não podemos ter a certeza de que o meu filho poderia ter sido salvo, mas tenho a certeza que se perdeu a oportunidade de ele poder viver”, afirma Bartolomé, o pai de Aitor.

A família exige agora uma indemnização de 175 mil euros à Comunidade de Madrid, onde está sediado o serviço do 112 de Espanha. Mas a Comunidade de Madrid garante que os procedimentos foram feitos de forma correta e que a conversa com o primeiro médico não permitiu determinar se o jovem estava mesmo a 'afogar-se'.

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