Ágatha morreu com um tiro nas costas disparado pela polícia. Tinha 8 anos
Ágatha é a 16.ª criança a ser baleada na região metropolitana do Rio de Janeiro, no Brasil, este ano e a quinta a perder a vida. Moradores pedem o fim da violência - 'Parem de nos matar', pedem.
© Reprodução/El País
Mundo Brasil
Ágatha Félix, de oito anos, morreu durante uma operação policial no Complexo do Alemão. A morte da menina despertou a indignação contra a violência na região do Rio de Janeiro, onde traficantes, Polícia Militar protagonizam uma guerra que não é nova.
Ágatha estava com o avô, numa carrinha, quando foi atingida por um tiro nas costas. Chegou a ser levada de urgência para o hospital, mas acabou por não resistir aos ferimentos, tornando-se a quinta criança a morrer vítima da violência armada no Rio de Janeiro este ano.
“Vai chegar amanhã e [dizer] morreu uma criança num confronto. Que confronto? A mãe dele passou lá e viu que não tinha confronto. Com quem? Porque não tinha ninguém, não tinha ninguém. Atirou por atirar na Kombi [carrinha Volkswagen] Atirou na Kombi e matou a minha neta. Foi isso. Isso é confronto? A minha neta estava armada por acaso para poder levar um tiro?", afirmou Airton Félix, avô da criança, à imprensa local.
De acordo com relatos de vizinhos, os polícias terão disparado contra uma mota, mas a bala ter-se-á desviado, atingindo a carrinha e, consequentemente, a menina.
A plataforma Fogo Cruzado recorda os nomes de todas as crianças apanhadas por uma guerra que não é sua, este ano. Esta semana, pelo menos seis pessoas morreram no Complexo do Alemão.
Agatha (8 anos) - foi a 16º criança baleada este ano no Grande Rio - a 5º que não resistiu aos ferimentos e morreu. Ela estava com o avô numa kombi quando foi atingida nas costas, ontem, no Complexo do Alemão. Estas são todas as crianças que foram vítimas em 2019: pic.twitter.com/8wYTOhbLyr
— Fogo Cruzado RJ (@fogocruzadoapp) September 21, 2019
Dezenas de moradores, dá conta o El País, saíram à rua no sábado para exigir o fim da violência no Complexo do Alemão, com cartazes onde se podia ler: ‘Parem de nos matar’ e ‘A vida na favela conta’.
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