Paquistão quer levar questão de Caxemira às instâncias internacionais

O Paquistão pretende levar a questão de Caxemira para as instâncias internacionais, indicou hoje o primeiro-ministro, Imran Khan, um dia após o Governo indiano anunciar a revogação da autonomia constitucional desta região, dividida entre os dois países.

Pelo menos dez militares mortos e 20 feridos em explosão em Caxemira

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Lusa
06/08/2019 16:40 ‧ 06/08/2019 por Lusa

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"Vamos lutar contra essa (medida) em todas as instâncias, incluindo no Conselho de Segurança da ONU", realçou Imran Khan aos deputados paquistaneses, acrescentando que o seu Governo também pretende recorrer ao Tribunal Penal Internacional.

A comunidade internacional deve obrigatoriamente debruçar-se sobre a questão, sob pena de "sérias consequências", alertou Imran Khan.

"Se o mundo não agir hoje (...) então a situação chegará a uma fase da qual não seremos responsáveis", salientou o chefe de Governo do Paquistão, país que à semelhança da Índia tem armas nucleares.

Também o exército paquistanês prometeu hoje fazer "tudo o que for necessário" para apoiar a Caxemira indiana.

"O exército do Paquistão apoia fortemente a Caxemira na sua luta justa até o fim. Estamos preparados e faremos tudo o que for necessário para cumprir as nossas obrigações", disse o líder deste ramo das forças armadas, general Qamar Javed Bajwa.

Os altos responsáveis do exército paquistanês reuniram-se hoje na sua sede, na cidade de Rawalpindi, para estudar a situação após a decisão do Governo do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

O Governo indiano anunciou na segunda-feira a revogação da autonomia constitucional da Caxemira, uma decisão explosiva para a região, marcada por conflitos separatistas.

O anúncio foi feito no Parlamento pelo ministro do Interior, Amit Shah, e foi recebido com indignação por parte da oposição.

O responsável dirigiu-se ao Parlamento indiano para anunciar a intenção de revogar o artigo 370 que concede o estatuto especial à região, único Estado indiano de maioria muçulmana.

O governante explicou aos membros da câmara alta que o Governo decidiu dividir o Estado em dois territórios: Jammu e Caxemira, que terá um parlamento, e Ladakh, que será governado diretamente pelo Governo central.

A lei, artigo 370 da Constituição, proibia os indianos que não fossem naturais do estado de se estabelecerem permanentemente, de comprarem terras, de ocuparem cargos no governo local e de beneficiarem de bolsas de estudos.

Caxemira é dividida entre a Índia e o Paquistão, duas potências nucleares que já travaram duas guerras pelo domínio daquele estado.

Os dois países disputam a região montanhosa na totalidade, desde a partição do subcontinente, em 1947, no final da época colonial britânica.

Diferentes grupos separatistas combatem, há várias décadas, a presença de cerca de 500 mil soldados indianos na região, para exigir a independência do território ou a integração no Paquistão.

Dezenas de milhares de pessoas, na grande maioria civis, morreram no conflito.

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