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Correia e Silva diz que única alternativa de PAICV é renacionalizar TACV

O primeiro-ministro cabo-verdiano acusou hoje o PAICV, o maior partido da oposição, de pretender renacionalizar a antiga companhia aérea nacional TACV, vendida em 2019 e que passou a denominar-se de Cabo Verde Airlines (CVA).

Correia e Silva diz que única alternativa de PAICV é renacionalizar TACV
Notícias ao Minuto

14:03 - 31/07/19 por Lusa

Mundo Cabo Verde

A posição foi assumida por Ulisses Correia e Silva, primeiro-ministro e líder do Movimento para a Democracia (MpD), na Assembleia Nacional, na cidade da Praia, durante o debate sobre o Estado da Nação, que encerra o ano parlamentar, criticando a líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Janira Hopffer Almada.

Perante os deputados, acusou a presidente do PAICV de ter apresentado um "retrato negativista" de Cabo Verde e dos últimos três anos de governação, "agarrado ao passado, desenquadrado da realidade do país e sem alternativas".

"Aliás, nós passamos a conhecer uma alternativa, que é nacionalizar a TACV, e vem até desenquadrada, porque já não é TACV, é Cabo Verde Airlines", afirmou Ulisses Correia e Silva.

Em causa estão as declarações, na terça-feira, da presidente do PAICV, que afirmou, em entrevista à agência Lusa, que se for Governo pretende voltar a ter o controlo da anterior Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV).

Na mesma entrevista, afirmou que o Governo vendeu a companhia aérea de bandeira "a preço de rifa", negócio em que o Estado "ainda não recebeu um único tostão", com a "agravante" de que todo o passivo "ficou com os cabo-verdianos" e a "parte boa para a nova empresa".

Questionada então pela Lusa, Janira Hopffer Almada defendeu que a solução passa pela retoma do controlo da agora designada Cabo Verde Airlines por parte do Estado: "Naturalmente. Mesmo sem a maioria das ações é possível que o Estado, para certas decisões estratégicas, tenha um peso diferente e relevante. E qualquer Governo de um país arquipelágico tem de ter isso em atenção antes de decidir colocar a sua companhia de bandeira nas mãos de qualquer outra empresa, sem ter qualquer poder decisão".

Em março, o Governo vendeu 51% da TACV por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação.

Para o Governo cabo-verdiano, a alternativa à privatização seria a sua liquidação, a qual custaria mais de 181 milhões de euros.

A companhia aérea Cabo Verde Airlines transportou 40.857 passageiros entre março e maio, logo após a venda da posição maioritária do Estado cabo-verdiano, um aumento homólogo de 30%, e prevê alargar as ligações internacionais a Luanda e Washington.

Os números foram avançados em declarações à agência Lusa, em 26 de julho, pelo presidente e diretor executivo da CVA, Jens Bjarnason, e comparam, acrescentou, com os 31.421 passageiros transportados nos mesmos três meses de 2018.

"O desempenho da Cabo Verde Airlines, até agora, está de acordo com o plano de negócios desenvolvido antes da compra da participação", acrescentou Jens Bjarnason.

"O desempenho da empresa atendeu às expetativas dos investidores islandeses, que estão ansiosos para continuar a expansão da companhia aérea", afirmou ainda Jens Bjarnason.

A frota atual da CVA é composta por três Boeing 757-200, com a companhia aérea cabo-verdiana a garantir ligações do arquipélago para Dakar, Lisboa, Paris, Milão, Roma, Boston, Fortaleza, Recife e Salvador.

Entretanto, a CVA prevê reforçar a frota com dois adicionais Boeing 757-200 a partir de novembro, garantiu Jens Bjarnason, bem como alargar as ligações internacionais da companhia, até final do ano, a Luanda, Washington, Lagos e Porto Alegre.

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