A última vez que uma execução foi realizada a nível federal foi a 18 de março de 2003, segundo os dados do organismo Death Penalty Information Center, citados pelos 'media' norte-americanos.
Num comunicado, o Departamento de Justiça (equivalente ao Ministério da Justiça), liderado atualmente pelo procurador-geral William Barr, anunciou que adotou um novo protocolo ao nível da injeção letal e que deu instruções à agência federal de prisões para retomar as execuções.
William Barr ordenou ainda ao diretor interino da agência federal de prisões, Hugh Hurwitz, o agendamento das primeiras cinco execuções de condenados que se encontram no corredor da morte numa prisão federal no Estado do Indiana.
A agência de notícias norte-americana Associated Press (AP) referiu que os condenados serão executados a partir de dezembro.
Estas cinco execuções vão visar pessoas condenadas "pela morte, e em certos casos pela tortura e violação, dos membros mais vulneráveis da sociedade: as crianças e os idosos", segundo a nota informativa do Departamento de Justiça.
Entre 2011 e 2014, o então Presidente norte-americano Barack Obama pediu ao Departamento de Justiça para conduzir revisões aos programas de execução de pena de morte, tanto ao nível federal como em vários estados dos Estados Unidos.
Questões relacionadas com as drogas letais utilizadas nas execuções estiveram na origem destes pedidos de revisão.
O Departamento de Justiça disse que a agência federal de prisões concluiu a revisão e que as execuções podem ser retomadas.
A pena de morte é legal nos Estados Unidos, mas vários Estados declararam tal prática como ilegal ou adotaram moratórias.
No entanto, a pena capital ainda é praticada em alguns Estados norte-americanos.
Entre as 25 execuções realizadas em 2018 nos Estados Unidos, 13 aconteceram apenas no Texas.
A nível federal, e após o levantamento de uma moratória em 1988, apenas três condenados à morte foram executados, o último em 2003.
Os tribunais federais raramente deliberam penas de morte e apenas cerca de 60 pessoas encontram-se atualmente em corredores da morte em estabelecimentos prisionais federais, de acordo com o organismo Death Penalty Information Centre.
O Presidente norte-americano, Donald Trump (Republicano), que procura a reeleição nas eleições presidenciais de 2020, defende frequentemente um aumento do uso da pena capital, especialmente em casos que envolvam mortes de polícias, extremistas islâmicos ou na luta contra o narcotráfico.
Trump também defendeu tal medida após o tiroteio ocorrido numa sinagoga em Pittsburgh em outubro do ano passado que fez 11 mortos.
A aplicação da pena de morte tem decrescido nos últimos 10 anos nos Estados Unidos, principalmente por causa de questões relacionadas com a legalidade das injeções letais, acusadas de causar muito sofrimento, e com a disponibilidade das drogas letais utilizadas nas execuções.
Os grandes laboratórios farmacêuticos, preocupados com uma eventual associação das respetivas marcas à pena de morte, têm vindo a recusar-se a entregar as substâncias letais.