Transição do poder na Venezuela seria rápida se os cubanos saíssem
A vice-secretária Adjunta do Departamento de Estado norte-americano para assuntos relacionados com a Venezuela e Cuba, Carrie Filipetti, considera que a transição de poder na Venezuela aconteceria quase de imediato se os cubanos saíssem do país.
© Reuters
Mundo Carrie Filipetti
"Achamos que, se os cubanos saíssem da Venezuela, veríamos uma transição quase imediata" do regime de Nicolas Maduro, considerado ilegítimo pelos Estados Unidos e outros cerca de 50 países, para Juan Guaidó, autoproclamado Presidente interino do país.
"Claro que eles não têm qualquer interesse em deixar a Venezuela" porque "não lhes interessa ver a democracia voltar à Venezuela", alegou Carrie Filipetti em entrevista à agência Lusa.
Por isso, garantiu, restrições norte-americanas a Cuba vão continuar, até porque "o regime cubano reprime o seu próprio povo há décadas".
Apesar de o ex-Presidente dos EUA, Barack Obama, ter melhorado as relações com Cuba, retirando sanções que duravam há décadas, a Administração Trump não pensa seguir essa via.
"A tentativa de Obama melhorar as relações não resultou em melhores condições de direitos humanos, não levou a um caminho para a democracia nem a nenhum dos objetivos que se pretendia", assegurou a responsável.
Em relação ao apoio da Rússia e da China ao regime de Maduro, a Administração norte-americana acredita que o afastamento será inevitável.
"Achamos que eles [russos e chineses] compreendem que isto [o regime de Maduro] é um navio a ir ao fundo e são suficientemente espertos para não ligar os seus interesses a um regime que se está a afundar", afirmou Carrie Filipetti.
Questionada sobre a possibilidade de a Venezuela e respetivos apoios criar uma espécie de retorno à Guerra Fria, a responsável para os dois países latinos preferiu dar relevo à crise humanitária.
A possibilidade de o cenário piorar "vai depender do que a comunidade internacional fizer", disse.
"Se a comunidade internacional se juntar e continuar a pressionar o regime de Maduro, não permitir que o processo de Oslo [negociações entre os dois protagonistas que são medidas pela Noruega] seja manipulado e forçar Maduro a reconhecer que o seu tempo acabou, acho que podemos prevenir com sucesso que isto se torne uma crise pior", acrescentou.
"Neste momento já temos 4 milhões de venezuelanos que deixaram a Venezuela e foram para países vizinhos porque não têm segurança no seu próprio país. Se agirmos agora podemos prevenir que isto se torne uma crise pior", referiu ainda.
Os Estados Unidos, sublinhou a vice-secretária Adjunta, "continuam muito focados em fornecer ajuda humanitária às pessoas da Venezuela" enquanto "procuram uma solução política".
Para Carrie Filipetti, a imposição de sanções e congelamento de bens impostos pelos Estados Unidos "não exacerbaram a crise humanitária da Venezuela, como foi dito".
O problema, criticou, são as prioridades das figuras que estão no poder.
O regime de Maduro "negociou recentemente um contrato de 209 milhões de dólares com a Rússia para melhorar o seu sistema de defesa aérea e para consertar aviões e helicópteros"
"O que é que 209 milhões não teriam feito pelas pessoas e pelo alívio do sofrimento humanitário?", questionou, defendendo ser fundamental perceber que "dar mais dinheiro não vai melhorar condições humanitárias" de ninguém.
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