O valor pedido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) deve ser aplicado para apoiar a população local com artigos de saneamento e higiene, alimentação para bebés e crianças pequenas, intervenção de apoio psicossocial a menores de idade e as suas famílias.
Nos últimos dias, o país confirmou os primeiros casos do vírus da doença, que já causou a morte de duas pessoas, desde o início do surto na República Democrática do Congo (RDCongo), em agosto do ano passado.
A representante da Unicef no Uganda, Doreen Mulenga, disse que o episódio é uma trágica lembrança de que "mesmo um caso de Ébola é de mais".
A responsável da organização das Nações Unidas apelou ainda às autoridades locais para fazerem tudo o que for possível para impedir um surto e prevenir outras mortes desnecessárias.
Segundo Doreen Mulenga, a agência intensificou esforços para minimizar o impacto do surto do Ébola, com um "potencial arrasador para crianças e comunidades ugandesas em geral".
A agência da ONU disse ter apoiado o Governo do Uganda na implementação de iniciativas para garantir a preparação para um possível surto em vários distritos que fazem fronteira a oeste com a RDCongo.
As iniciativas incluem cerca de 3,5 mil visitas a domicílios para informar a população do Uganda sobre os modos de prevenção e cuidados a ter, de modo a evitar a propagação do vírus do Ébola. Foram ainda feitas mais de 14 mil reuniões com grupos comunitários em escolas, igrejas, mesquitas, mercados e táxis.
A Unicef também forneceu água e produtos de higiene a mais de 500 unidades de saúde, mil escolas e 60 postos fronteiriços.
O Comité de Emergência no âmbito do Regulamento Sanitário Internacional (IHR) reúne-se hoje em Genebra para averiguar se o surto de Ébola na República Democrática do Congo (RDCongo) constitui uma emergência de saúde pública de interesse internacional.
O encontro daquele comité da Organização Mundial de Saúde (OMS) é o terceiro desde que este surto de Ébola foi decretado pelo Ministério da Saúde da RDCongo, em 1 de agosto de 2018, tendo já causado 1.411 mortes, e ocorre depois de ter sido registada a primeira vítima mortal do vírus fora do país, no Uganda.