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Navio com nome de rival de Trump foi ordenado a afastar-se do Presidente

A Casa Branca deu instruções à Marinha dos EUA para manter o navio de guerra USS John McCain -- assim nomeado em honra do senador, já falecido, com quem Donald Trump teve atritos políticos -- "fora de vista" do Presidente norte-americano, durante a visita ao Japão, disseram fontes militares.

Navio com nome de rival de Trump foi ordenado a afastar-se do Presidente
Notícias ao Minuto

14:22 - 30/05/19 por Lusa

Mundo Imprensa

Apesar de pertencerem ao mesmo partido, o senador Republicano pelo Texas John McCain raras vezes esteve de acordo com as posições do Presidente Donald Trump e em várias ocasiões entrou em rota de colisão com o Presidente norte-americano, tornando-se um dos seus mais críticos rivais, até à morte do senador, em 2018.

Segundo fontes militares citadas pela agência Associated Press e pelo Wall Street Journal, por causa do nome do navio, que desagradaria a Trump, oficiais próximos da Casa Branca pediram para que o USS John McCain "ficasse fora de vista" do Presidente, durante a viagem que ele realizou ao Japão, no passado fim de semana.

Mas, oficialmente, as Forças Armadas e a Casa Branca desmentem que essa instrução tivesse sido dada.

De acordo com a informação recolhida junto de fontes não identificadas, um oficial do Comando Indo-Pacífico das Forças Armadas dos EUA escreveu um 'email' para oficiais da Marinha e da Força Aérea sobre a chegada de Trump ao Japão, dando instruções para o navio USS Wasp acolhesse Trump, para um discurso aos militares na região.

"O USS John McCain deve ficar fora de vista (do Presidente)", de acordo com o 'email' a que o Wall Street Journal teve acesso e que foi confirmado por três oficiais não identificados à Associated Press.

Quando um comandante da Marinha expressou surpresa por esta instrução, o oficial do Comando Indo-Pacífico respondeu que também tinha sido a primeira vez que ouvira tal indicação, mas que falaria com a Casa Branca para obter mais informações sobre essa diretiva, segundo o relato do Wall Street Journal.

Na noite de quarta-feira, Donald Trump usou a sua página pessoal na rede social Twitter para dizer que nada sabia sobre esta instrução de retirar o USS John McCain do campo de ação da visita presidencial ao Japão.

"Nunca fui informado sobre nada relacionado como navio USS John McCain, durante a minha visita ao Japão. Ainda assim, (...) eu adoro estar com os nossos grandes homens e mulheres militares -- que trabalho fantástico eles fazem", escreveu o Presidente no Twitter.

Hoje, de visita a Jacarta, na Indonésia, o secretário de Defesa norte-americano, Patrick Shanahan, disse aos jornalistas ter sido apanhado de surpresa pela notícia.

"A primeira vez que ouvi falar do assunto foi quando li a notícia (do Wall Street Journal)", disse Shanahan, acrescentando que nunca desonraria a memória de um "grande americano" como John McCain ou os militares da tripulação do navio.

"Eu nunca autorizei, nunca aprovei qualquer diretiva sobre a movimentação desse navio", disse o secretário de Estado.

O Wall Street Journal, mencionando fotos a que teve acesso, disse que uma lona tinha sido colocada no navio, para bloquear o nome da embarcação militar.

O porta-voz da sétima esquadra, a que pertence o navio McCain, explicou que a lona tinha sido colocada no navio, na sexta-feira, para efeitos de manutenção e removida, no sábado, antes da visita presidencial.

O contra-almirante Charlie Brown, oficial de Relações Públicas da Marinha, colocou na página de Twitter uma confirmação de que nada tinha sido feito para tapar o nome do navio.

"O nome do USS John S. McCain não foi ocultado durante a visita presidencial (...). A Marinha tem orgulho daquele navio, na sua tripulação e na sua herança".

Mas segundo os oficiais que pediram anonimato, não foi esse o cenário encontrado por Donald Trump.

As mesmas fontes relatam que os marinheiros do USS John McCain, que tradicionalmente usam chapéus com o nome do navio, tiveram direito a dia de folga, quando Trump passou em revista as tropas na região.

Mas fontes oficiais da Marinha explicaram que, durante a visita de Trump, cerca de 800 marinheiros de mais de 20 navios e comandos estiveram presentes e todos usaram o mesmo chapéu daquela força militar, que não tem qualquer logótipo.

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