Ao MeRA25 apenas faltaram 500 votos para obter um lugar de eurodeputado (2,9%), que Varoufakis optou por valorizar: "O MeRA25 conseguiu uma pequena revolução política que abre caminho para uma agenda progressista, realista e responsável", disse hoje em Atenas durante uma conferência de imprensa.
O deputado que não conseguiu eleger para o Parlamento europeu vai ser garantido pela conservadora Nova Democracia (33,12% e oito dos 21 deputados eleitos pela Grécia), que se impôs ao partido de esquerda Syriza, no poder (23,77% e seis deputados).
Para Varoufakis, "a Nova Democracia representa a restauração da oligarquia mais agressiva e mais miserável", o que não significa que esteja disposto a apoiar um governo do Syriza.
O líder desta nova aliança pan-europeia das esquerdas confia que o bom resultado das europeias -- duas outras formações surgidas da dissidência do Syriza registaram votações inferiores a 1% -- constitua um estímulo para as legislativas antecipadas que decorrem em 07 de julho.
"Nas eleições gerais, o único voto perdido é o que for dado ao Syriza", defendeu, ao manter a sua total rejeição à política seguida pelo primeiro-ministro grego Aléxis Tsipras, após a assinatura do terceiro resgate com a 'troika' de credores internacionais em julho de 1975 e que implicou a saída de Varoufakis do governo.
"Caso o Syriza esteja disposto a parar todas as vendas de dívidas de cobrança difícil, a deter todas as privatizações, a criar um banco público e a pôr termo ao acordo vergonhoso com [o primeiro-ministro israelita Benjamin] Netanyahu, a porta do diálogo está aberta. Mas nesse caso julgo que teriam problemas de identidade", assinalou.
Varoufakis destacou que o seu partido se dirige aos cidadãos que estão dispostos a romper com os credores e apoiar um programa realista que solucione os problemas dos elevados impostos, da pobreza, da ausência de investimento e da dívida.
Apesar de a Grécia ter anunciado o fim do terceiro resgate em agosto de 2018, permanece sob estreita vigilância dos credores e comprometeu-se a promover uma ambiciosa política fiscal, que entre outros medidas obriga a garantir 'superavit' primários anuais de 3,5% do PIB até 2022.