Monges encontram receitas antigas e 'ressuscitam' cerveja 220 anos depois

Apresentação ao mundo da nova 'velhinha' cerveja contou com a presença de autarca, jornalistas e cerca de uma centena de entusiastas.

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Pedro Filipe Pina
21/05/2019 21:11 ‧ 21/05/2019 por Pedro Filipe Pina

Mundo

Bélgica

Monges belgas apresentaram ao mundo uma cerveja que era já uma marca bem conhecida, mas que agora conta com toda uma nova forma de fazer a cerveja. Receitas com 220 anos guardadas pelos monges foram finalmente desvendadas.

A cerveja, tal como muita doçaria, contou ao longo dos séculos com o trabalho de membros de ordens religiosas .

O mesmo sucedia na abadia de Grimbergen, que já conta com uma cerveja produzida em massa desde a década de 1950. Mas escondida na biblioteca da abadia estavam receitas de monges que ali viveram noutros séculos.

A abadia em causa foi incendiada em 1798, numa altura em que revolucionários franceses atacaram espaços religiosos.

Os monges de então, porém, conseguiram fazer um buraco na parede da biblioteca e retirar documentos que, assim, foram poupados às chamas. As receitas de cerveja encontravam-se entre o que foi salvo. Faltava, no entanto, um 'ingrediente' para descobrir aqueles outros ingredientes. 

Com a ajuda de voluntários, que se debruçaram sobre documentos escritos em latim e numa versão antiga do holandês, a cerca de dezena de monges que vive ali conseguiu recriar a cerveja que os seus antepassados faziam há 220 anos. "Tínhamos os livros com as receitas antigas mas ninguém as conseguia ler", realçou o monge. A cerveja agora apresentada é o resultado de quatro anos deste trabalho de leitura e investigação.

O monge Karel Stautemas (na imagem) teve a honra de apresentar a nova cerveja ao lado do autarca de Grimbergen, e perante uma plateia de 120 pessoas, entre jornalistas e entusiastas.

Os monges de antigamente tinham registado não só ingredientes mas também os métodos de confeção e até os barris e cervejas usados para armazenar. Foi assim que estes monges viram como os seus antecessores já trabalhavam com lúpulo, sinal de que estavam à frente no seu tempo nesta matéria. Foi também assim que viram como os monges de então procuravam inovar nesta tarefa: é que a cada dez anos eram introduzidas alterações à receita original.

O monge Karel Stautemas salientou que, embora tenham usado métodos tradicionais semelhantes aos de há mais de dois séculos, nem tudo pôde ser igual ao que era antigamente. É que, "naquele tempo, a cerveja era um bocadinho sem sabor".

O mesmo monge aconselhou também a que os apreciadores optassem por "uma ou duas cervejas" no máximo, na hora de provar este novo néctar de Grimbergen. É que a cerveja agora apresentada não é propriamente das mais 'leves' em termos alcoólicos, já que conta com um teor alcoólico de 10,8%. 

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