A Polícia Metropolitana (Scotland Yard) disse que esperará até que inquérito público sobre o incêndio na Torre Grenfell seja concluído, pelo que não conseguirá entregar o relatório final da investigação aos procuradores antes do "último período de 2021".
O polícia encarregado da investigação, Matt Bonner, reconheceu que a espera está a ser "mais longa do que o esperado", mas disse que a polícia deve "garantir que todas as evidências disponíveis sejam levadas em conta".
A polícia está a considerar acusações de homicídio individual e corporativo durante o incêndio de junho de 2017, que começou na cozinha de um apartamento e tomou por completo o prédio residencial de 25 andares.
Uma das sobreviventes, Natasha Elcock, presidente da associação Grenfell United, lamentou essa decisão, que disse ser "extremamente frustrante e desanimadora".
"Estamos no limbo, nenhum indivíduo ou organização foi responsabilizado e é realmente doloroso para todos nós que perdemos entes queridos e as nossas casas naquela noite", afirmou Natasha Elcock.
A mãe de três filhos recordou que passaram 21 meses desde que o incêndio aconteceu e que "milhares de pessoas ainda moram em casas com revestimentos perigosos, pessoas vivem em habitações sociais e ainda são maltratadas pelos proprietários e as famílias da Torre Grenfell ainda estão a espera por justiça".
O incêndio na torre Grenfell começou na noite de 14 de junho de 2017 e alastrou rapidamente aos andares superiores da torre, alegadamente devido ao revestimento inflamável.
Dos mais de 300 residentes, 70 pessoas morreram no incêndio, mais uma vítima que sucumbiu dos ferimentos dias depois no hospital e um bebé nado morto, filho dos portugueses Márcio e Andreia Gomes.
Logan Gomes, que já tinha quase sete meses de gestação, morreu devido à intoxicação com fumo da mãe, que foi hospitalizada juntamente com uma das duas filhas após escapar pelas escadas desde o 21.º andar.
Além do casal Márcio e Andreia Gomes e das duas filhas menores, viviam na Torre Grenfell outros seis portugueses, todos no 13.º andar: Miguel e Fátima Alves e dois filhos, e outros dois amigos portugueses, residentes num apartamento vizinho, que também sobreviveram.