Giuseppe Conte, primeiro-ministro italiano, não se livrou de duras críticas e acusações na sua passagem por Estrasburgo, onde marcou presença num debate no Parlamento Europeu. Guy Verohsftadt, líder do ALDE, os liberais europeus, não foi meigo nas palavras durante a sua intervenção, como dá conta o La Reppublica.
O eurodeputado até começou por demonstrar o seu apreço por Itália enquanto país, onde a “civilização europeia nasceu”. Algo que mudou com a “degeneração política de Itália que “começou há pelo menos 20 anos”. Lembrou depois a “má governação” de Silvio Berlusconi, que se agravou com o executivo de Conte, ou, como Verhofstadt sugeriu, sob a governação de Di Maio e Salvini, “os verdadeiros líderes do governo” italiano.
“Um governo com um comportamento anti-europeu. Um governo abertamente odioso relativamente aos outros estados-membros”, frisou. O líder dos liberais europeus lembrou também que foi o governo de Roma que impediu que a União Europeia se mostrasse unida contra Nicolás Maduro e no seu reconhecimento de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.
Além disso, destacou a política anti-imigração de Itália liderada por Matteo Salvini que, entre outras medidas, fechou os portos aos migrantes e aos refugiados.
Guy Verhofstadt considerou que o apoio do “governo de Di Maio” aos Coletes Amarelos era “a última idiotice” e a terminar deixou uma questão a Giuseppe Conte: “Durante quanto tempo vai ser a marioneta de de Salvini e Di Maio?”
O primeiro a responder às críticas do líder dos liberais europeus nem foi Conte, mas sim Salvini. “Que alguns burocratas europeus, cúmplices dos desastres destes anos, se permitam a insulta o primeiro-ministro, o governo e o povo italiano é realmente vergonhoso”.
Depois surgiu a reação do primeiro-ministro. “Talvez as marionetas sejam aqueles que respondem a lobbies, grupos de poder e comités de barganhas”, afirmou Conte.