Preparar o futuro exige mudar o ensino e aprender pela vida fora
A necessidade de mudar a forma de ensinar para preparar os alunos para a sustentabilidade e a importância da formação contínua num mundo em mudança foram algumas ideias partilhadas numa cimeira a decorrer em Abu Dhabi.
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Mundo Cimeira
Intitulada 'Mentes nutridas, nações florescentes', a segunda edição da Cimeira Mundial Aqdar tem como tema "o papel do empoderamento humano no desenvolvimento de sociedades estáveis: Desenvolvimento sustentável".
Organizada pelo governo dos Emirados Árabes Unidos em parceria com a ONU, a cimeira, a decorrer até hoje, visa discutir como desenvolver o capital humano para abordar os desafios do presente e do futuro.
Numa sessão sobre "desenvolvimento humano para o crescimento económico", o ministro dos Recursos Humanos e da Emiratização árabe, Nasser Al Hamli, lançou o desafio ao recordar que a conclusão do relatório do Fórum Económico Mundial sobre o capital humano, segundo o qual "o mundo reconhece a importância do capital humano mas só o desenvolveu em 62%.
Na mesma sessão, a responsável pela agência governamental de Singapura SkillsFuture, Guo Xiangcen, explicou de que forma as autoridades do seu país estão a preparar-se para o futuro.
"Olhamos holisticamente e a um nível muito macro e governamental para como equipar as gerações futuras com as competências necessárias para o futuro (...) Juntamos os pontos: O que é preciso para o desenvolvimento das pessoas", disse.
Numa altura em que as novas oportunidades e os novos empregos surgem a todo o momento, Xiangcen dividiu as competências essenciais em quatro tipos: o cognitivo (aprender a aprender e a desaprender continuamente, a capacidade de fazer sentido e compreender as coisas); a autogestão (precisas de te conhecer, quem és, as tuas forças e as tuas capacidades); a capacidade de trabalhar com outros (trabalho em equipa, relacionamento com os outros, a capacidade de influenciar, mobilizar) e as competências profissionais.
"O último é o mais fácil de aprender. Os três primeiros são a fundação das competências essenciais", disse a especialista, que defendeu que essas competências devem começar a ser adquiridas ainda no jardim de infância.
Por outro lado, acrescentou, a formação tem de ser contínua, pela vida fora.
"O capital humano tem de ser adaptável para mudar no local, à medida que o ambiente e a situação do emprego o requerem", disse.
Na mesma sessão, o investigador em sustentabilidade Alexander Herzner defendeu que as universidades têm de virar a mentalidade dos alunos para a sustentabilidade, a ética e os valores, porque eles serão os multiplicadores e mudarão o mundo nos próximos 30 anos.
"Temos de mudar os currículos, mudar os métodos de ensino e de aprendizagem e de avaliação dos resultados", disse o investigador da Universidade de Ciências Aplicadas de Amberg-Weiden, na Alemanha.
Herzner desenvolveu um modelo de competências para a reflexão, para a abstração, para a consciência e para a ação e defendeu que é preciso ensinar os alunos a "pensar fora da caixa".
"Têm de mudar a mente de dentro para fora e de fora para dentro", disse, acrescentando: "Precisamos de sair da caixa, de pensamento interdisciplinar, nesse campo estamos na casa de partida".
Numa sessão sobre educação sustentável, o representante da agência das Nações Unidas para a Ciência, a Educação e a Cultura (UNESCO) na cimeira, Boyan Radoykov, defendeu a importância da educação para a paz e o desenvolvimento.
E acrescentou: "A educação é a solução. Às vezes as pessoas pensam que é cara. Eu respondo: se pensam que a educação é cara, experimentem a ignorância. É muito mais cara".
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