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Governo nacionalista húngaro não celebra centenário da independência

A República da Hungria completa 100 anos, na sexta-feira, mas o país não celebra este centenário, com receios de confrontos entre manifestantes pró e contra o governo nacionalista de Viktor Orban.

Governo nacionalista húngaro não celebra centenário da independência
Notícias ao Minuto

08:41 - 14/11/18 por Lusa

Mundo República

A 16 de novembro de 1918, a República Democrática da Hungria era declarada independente do império austro-húngaro, no final da I Guerra Mundial, mas o atual governo nacionalista não planeou sequer qualquer programa de celebrações para este centenário, alegando questões de segurança.

Os confrontos entre manifestantes que se juntaram no passado domingo, em Varsóvia, para recordar os 100 anos da Polónia foram a prova da validade dos receios do governo húngaro que decidiu nada fazer para as celebrações do centenário da independência do país.

Nas manifestações em Varsóvia foram visíveis várias bandeiras nazis, na multidão de mais de 200 mil pessoas que percorreram as ruas da capital da Polónia, perante um forte aparato policial obrigado a conter vários distúrbios.

O governo de Viktor Orban preferiu recordar a revolta húngara contra a União Soviética, em 1956, com comemorações em Budapeste, no passado dia 23 de outubro.

Para o governo Húngaro, o país tem 1.100 anos e não 100 anos, como referiu nas cerimónias de 23 de outubro o secretário de Estado para os Recursos Humanos, Bence Rétvári.

"Somos adultos há 1.100 anos e queremos ser tratados com respeito", disse o dirigente húngaro, nas celebrações que lembrava a revolução de 1956, quando um grupo de estudantes se manifestou contra a hegemonia soviética, nas ruas de Budapeste.

A referência crítica era para o Parlamento Europeu, que em setembro passado decretou sanções à Hungria por desrespeito das regras europeias sobre democracia, direitos civis e corrupção.

Na celebração da revolução de 1956, os remoques do governo húngaro foram também para os países que não demonstram solidariedade com os princípios que regem o regime húngaro, tal como aconteceu com a União Soviética, nesse período.

Os tanques então enviados pelo Kremlin acabaram por conter a revolução, onde mais de 20 mil pessoas foram mortas, preservando o poder soviético.

Hoje, as relações entre o governo húngaro de Viktor Orban e o governo russo de Vladimir Putin são consideradas por ambos como "próximas e especiais", por partilharem a visão nacionalista que politicamente une os dois dirigentes.

"Para se ser um bom europeu, é preciso rejeitar Putin como se ele fosse o diabo", disse em janeiro Viktor Orban, em declarações ao jornal italiano La Reppublica.

O governo húngaro tem também demonstrado posições extremadas contra o acolhimento de refugiados na Europa e afastado tradicionais aliados e investidores, como o milionário e filantropo George Soros, que anunciou recentemente ter sido forçado a retirar da Hungria a Universidade que ali financiava.

A falta de comemorações do centenário da República da Hungria contrasta com o intensivo programa de celebração dos 100 anos da República Checa, em outubro passado, onde estiveram presentes vários chefes de Estado e de Governo.

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