"Pedimos ao Governo israelita e às equipas de negociação: por favor, não parem. Esperamos que a libertação do nosso filho inicie as negociações para os restantes 58 reféns, pondo fim a este pesadelo para eles e para as suas famílias", afirmaram os familiares de Alexander em comunicado, divulgado pelo Fórum de Familiares de Reféns e Pessoas Desaparecidas, que representa os familiares da maioria dos sequestrados.
A família expressou a sua gratidão ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao seu enviado para o Médio Oriente, Steve Witkoff, que viajará hoje para Israel para acompanhar a libertação de Alexander.
O grupo islamita Hamas anunciou na noite de domingo a sua intenção de libertar Edan Alexander como um gesto para encorajar as negociações de cessar-fogo na Faixa de Gaza. O braço armado do grupo islamita palestiniano, Brigadas Al-Qassam, confirmou que Alexander - o único refém com nacionalidade norte-americana ainda vivo - seria hoje libertado do cativeiro.
O prisioneiro, de 21 anos, deixará Gaza com destino à base militar de Reim, já em território israelita, e de lá será enviado para o Hospital Ichilov, em Telavive.
Em Gaza, 59 pessoas continuam sequestradas, incluindo Alexander. As autoridades israelitas estimam que 24 ainda estejam vivos, embora nos últimos dias tenham reconhecido que não sabem o estado exato de três deles.
O Hamas confirmou contactos com o Governo norte-americano, depois de dois representantes do movimento terem falado em "discussões diretas" com os Estados Unidos.
No início de março, os Estados Unidos, que consideram o Hamas uma organização terrorista, reportaram contactos diretos iniciais com o movimento palestiniano, liderado pelo enviado especial dos EUA para os reféns, Adam Boehler, após consultas com Israel.
O anúncio do Hamas surge na véspera do início da viagem do Presidente norte-americano, Donald Trump, ao Médio Oriente, prevista para decorrer entre na terça-feira e sexta-feira, passando pela Arábia Saudita, pelos Emirados Árabes Unidos e pelo Qatar, um dos mediadores entre Israel e o Hamas.
Já o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que a libertação do refém não levará a um cessar-fogo na guerra em Gaza.
"Israel não se comprometeu com qualquer cessar-fogo ou com a libertação de terroristas [prisioneiros palestinianos], mas apenas com um corredor seguro que permita a libertação de Edan", afirmou Netanyahu.
O ataque do Hamas a Israel em 07 de outubro de 2023 - que fez mais de 1.200 mortos e cerca de 250 sequestrados - fez Israel lançar uma ofensiva devastadora que provocou mais de 52 mil mortos, outros milhares de feridos e um desastre humanitário no enclave palestiniano.
Após uma trégua de dois meses, Israel retomou a sua ofensiva em Gaza em 18 de março, tomando grandes áreas do território palestiniano.
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