Estudo sobre papel de proteína na doença cardiovascular vence prémio

Um estudo sobre o papel de uma proteína sanguínea no risco de doença cardiovascular valeu à investigadora e doutoranda Ana Filipa Guedes o Prémio Pulido Valente Ciência 2017, que será entregue na quinta-feira em Lisboa.

Risco de doença cardiovascular dispara depois de pneumonia ou sepsis

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Lusa
24/02/2018 13:52 ‧ 24/02/2018 por Lusa

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Ciência

A proteína em causa é o fibrinogénio, que se 'liga' aos glóbulos vermelhos e é fundamental para a coagulação sanguínea.

Em 2016, Ana Filipa Guedes, a concluir o seu doutoramento no Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, no laboratório liderado pelo investigador Nuno Santos, verificou, a partir de amostras de sangue, que doentes com insuficiência cardíaca apresentam um risco acrescido de sofrer complicações cardiovasculares porque é necessária uma 'força' maior para 'descolar' a tal proteína que se agrega aos glóbulos vermelhos.

Na altura, os cientistas isolaram os glóbulos vermelhos e usaram um microscópio de força atómica para medir a 'força' de ligação do fibrinogénio a estas células, também conhecidas como eritrócitos.

Num estudo posterior, de 2017, observaram com doentes hipertensos que a interação entre a proteína e os glóbulos vermelhos era idêntica.

Ana Filipa Guedes esclareceu à Lusa que "níveis elevados de fibrinogénio" nestes doentes, cuja hipertensão não tem uma causa direta associada, podem levar à formação de coágulos sanguíneos, bloqueando uma artéria ou veia.

A equipa científica quer perceber, em próximos estudos, se o mesmo tipo de interação entre esta proteína e os glóbulos vermelhos é extensível a mais doenças cardiovasculares e de que forma pode interferir nela com um possível medicamento.

Por outro lado, a avaliação da presença de fibrinogénio (enquanto novo biomarcador de doenças cardiovasculares) no sangue poderá ajudar a "definir melhor o prognóstico destes doentes", de acordo com Ana Filipa Guedes.

O Prémio Pulido Valente Ciência, no valor de dez mil euros, distingue anualmente o melhor artigo publicado na área das ciências biomédicas que descreva os resultados de uma investigação com participação de uma cientista com menos de 35 anos a trabalhar num laboratório português.

O montante do prémio é comparticipado pela Fundação Professor Francisco Pulido Valente e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

A edição de 2017 foi dedicada às doenças cardiovasculares.

 

 

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