Sopas de sarapatel 'brilham' em Castelo de Vide na época da Páscoa
As sopas de sarapatel, prato de origem judaica e confecionado à base de sangue de borrego, vão 'reinar' numa quinzena gastronómica, a partir de sábado, nos restaurantes de Castelo de Vide, no Alto Alentejo, foi hoje divulgado.
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Prato típico de Castelo de Vide, no distrito de Portalegre, na época da Páscoa, as sopas de sarapatel contam na sua preparação com a "ajuda" de pão, mas também com o "segredo" dos aromas que as ervas aromáticas oferecem.
A quinzena do sarapatel e de outros pratos de tradição judaico-cristã, promovida pela câmara municipal, decorre até ao dia 17 de abril, numa altura em que Castelo de Vide acolhe um maior número de visitantes para assistir a manifestações pagãs e religiosas.
"O sarapatel é o prato ´rei` da Semana Santa e queremos valoriza-lo ainda mais. A Páscoa é a grande festa dos naturais do nosso concelho, mas também de quem nos visita, ao ponto de, nesta altura, a capacidade hoteleira estar já esgotada", disse hoje à agência Lusa o presidente do município, António Pita.
Segundo o autarca, Castelo de Vide "tem uma oferta de mais de 600 camas" e o facto de a capacidade hoteleira estar esgotada "demonstra bem a importância que a Páscoa possui no concelho com quatro mil habitantes".
Além das sopas de sarapatel, podem ser também saboreados outros pratos típicos e relacionados com a época pascal, como a perna de borrego assada no forno com ervas aromáticas, ensopado de borrego, pezinhos de cabrito de tomatada e cachafrito (também confecionado com cabrito).
"Estes pratos fazem parte da inspiração da cozinha judaica. São diferenciadores e fazem parte da dieta pascal", observou.
Para adoçar a boca no final de cada refeição, os 18 restaurantes aderentes vão apresentar os tradicionais bolos fintos, lagartos e queijadas ou então a boleima, uma receita judaica que tem como ponto de partida o pão sem fermento.
As sopas de sarapatel tiveram origem em Goa, mas eram confecionadas com carne de porco.
Em Castelo de Vide, os cristãos novos no século XVI começaram a confecionar o sarapatel com o sangue de borrego para serem bem aceites e não terem problemas inquisitoriais.
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