A felicidade chega quando uma pessoa está bem consigo mesma, quando tem consciência das suas emoções, das suas escolhas e do seu sentido de vida.

Embora não pareça, é simples. Quem o garante é Mário Caetano, life coach que ajuda as pessoas a desbloquearem os seus problemas e a encontrarem o seu propósito de vida.

O conferencista vai estar este domingo à noite no Coliseu de Lisboa com o espetáculo ‘Wake Up’, um evento que promete ajudar as pessoas a despertarem para a vida e que contará com “muita alegria, inspiração, energia, diversão e aprendizagem”.

“Vamos ter um Coliseu perto de estar cheio, as pessoas estão a aderir muito bem e as pessoas que lá vão estar estão verdadeiramente interessadas em saber como é que vão mudar algum aspeto da sua vida, as empresas que lá vão estar estão realmente interessadas em saber como é que podem posicionar-se de outra maneira no negócio, os desportistas que lá vão estar com o intuito de perceber como é que podem passar para outro patamar. Vai ser um evento com muita energia, muito poder, mas com muita clareza e a focar muito, muito, muito a mudança, que acontece de dentro para fora e com as nossas escolhas. O evento chama-se ‘Wake up’, que é o acordar para isso. Este é o grande foco, foca-te em ti e depois torna-te num exemplo”, conta.

O Lifestyle ao Minuto esteve à conversa com Mário Caetano.

Comecemos pelo óbvio, o que é que faz um life coach?

Um life coach faz muita coisa, mas, objetivamente, o que faz é ajudar a pessoa a identificar qual a área da sua vida que nesse momento pretende melhorar, pretende aumentar o seu nível de satisfação, pretende crescer e, depois, ajuda a perceber o seu ponto A, onde é que ela está e se encontra, e ajuda a ter clareza sobre o seu ponto B, para onde é que essa pessoa quer ir, para onde se quer dirigir. Depois ajuda a fazer a transição em pequenos passos diários.

Faz, então, uma ponte entre os problemas e a solução para encontrar o bem-estar?

Sim, mas eu, como life coach, estou somente focado na solução, não debato o problema com a pessoa. Eu foco-me na solução, mas é importante a pessoa ganhar consciência do seu ponto A e do seu ponto B, onde está e para onde quer ir.

As pessoas quando vão ter com o Mário já têm consciência do problema que as afeta?

Não, muitas não têm e ganham consciência aqui. O life coaching é muito abrangente, podemos debater finanças, sentimentos, mais aventura para a vida da pessoa, desenvolvimento, mais espiritualidade, saúde, treino desportivo, carreira, negócio, projetos. É um mundo imenso.

Eu especializei-me em ajudar as pessoas a encontrarem um sentido maior para a sua vida, um sentido maior para os seus relacionamentos, um sentido maior para a sua carreira. Especializei-me em ajudar as pessoas a encontrarem o seu propósito de vida. Enquanto life coach, ajudo as pessoas a encontrarem um sentido maior que, para mim, essa é a coisa mais importante na vida. Se uma pessoa não descobriu ainda o que a move, um propósito maior, um sentido de vida, então isso deve tornar-se urgentemente o seu sentido de vida.

E é fácil encontrar esse sentido de vida?

Não, não é fácil, é simples. Estes são dois conceitos que eu também exploro com as pessoas: O conceito de facilidade e de simplicidade. É simples, existem determinados passos que eu ajudo as pessoas a fazerem para descobrirem isso que não são fáceis, porque implica ação, implica uma certa vulnerabilidade das pessoas, implica que as pessoas têm de começar a aparecer na sua vida. Porque o propósito de vida é algo que nasce com cada um de nós, nós nascemos com uma missão aqui, acredito nisto profundamente. E é isto que, na verdade, vai trazer-nos aquela chama, aquela paixão, aquele sentido de estar vivo, aquele sentido de preenchimento interior.

Conseguir encontrar isto não é um processo fácil, mas é um processo simples, que implica determinados passos e que implica a pessoa encontrar a mensagem que traz ao mundo. Esse é o ponto de partida.

E como é que descobriu o seu ponto de partida? O Mário agora ajuda as pessoas, mas primeiro teve de conseguir desbloquear sozinho os seus problemas.

O desbloquear sozinho é uma coisa muito heroica. Tive o egoísmo de não pedir ajuda, eu sabia o que havia de fazer no meu relacionamento, sabia o que fazer com as minhas finanças e na verdade não sabia nada. Quando comecei a estudar a mente humana, o comportamento humano, a espiritualidade, a forma como o cérebro funciona, então percebi que não sabia nada. Na verdade, ajudo pessoas porque esse foi o meu problema outrora. Esse foi o meu grande obstáculo.. E podemos pedir ajuda ou não. Pedindo ajuda, aceleramos o processo, revelámos humildade, conseguimos descobrir as coisas de uma outra forma. E foi isso que eu fiz, pedi ajuda investindo em mim, investindo em cursos em Portugal e no estrangeiro, percorri o mundo e percorro o mundo porque isto é um processo inacabado, é uma coisa interminável.

Hoje estou mais próximo de mim do que estava há nove anos, dez anos, 11 anos, quando comecei. Hoje sei mais quem sou, consigo ajudar melhor as pessoas, nunca parei de pedir ajuda. Trabalho semanalmente com coachs, tenho coachs a quem eu pago também para chegar a outros patamares. Eu sou coach, ajudo as pessoas a chegarem aos patamares que elas querem, mas eu próprio pago para que este processo continue dentro de mim.

Quais são os problemas mais comuns das pessoas que procuram o Mário?

Existem vários problemas identificados, mas no fundo as pessoas chegam até mim com bloqueios enormes, com bloqueios nos relacionamentos, com bloqueios na carreira, com bloqueios na saúde. Isto acontece muito por uma coisa muito simples, porque a maioria de nós, segundo estudos científicos, faz aquilo de que não gosta, trabalha naquilo que não quer, trabalha naquilo que não são os seus dons, trabalha naquilo que são os seus talentos e, portanto, passa ao lado daquele sentido de missão. E o que é que isso gera? Gera cansaço, gera desgaste, gera mau-humor. E o que é que vai gerar a seguir? Vai gerar doença porque o corpo vai ressentir-se. E depois levamos isso para os relacionamentos, os filhos, o marido, a esposa e quando reparamos estamos num ciclo em que, de repente, existe escassez em todo o lado, inclusive a nível financeiro. O ponto é simples, é começarmos a conhecer quem somos, é o ponto de partida, o ponto de autenticidade e é isso que eu ajudo nas pessoas, qual é esse ponto de partida e qual é o ponto de chegada.

A passagem desse ponto de partida para o ponto de chegada implica mudanças. É fácil para as pessoas mudarem hábitos?

Novamente, não é fácil, é simples. Claro que não é fácil, mudar não é um processo fácil porque o nosso cérebro está formatado para ficar no conforto, é genético, é algo que vem desde há milhares de anos. Mas, o que é que nós precisamos de fazer para sair do conforto? É no desafio que nós nascemos, só precisamos do conforto para nos sentirmos bem, mas, na verdade, só crescemos quando abraçamos o desafio, quando abraçamos o desconforto, a novidade. É um processo de mudança, que implica várias fases. Eu desenvolvi um programa dividido em quatro fases e onde eu ajudo as pessoas a descobrirem em que fase estão e qual a próxima fase.

Há pouco o Mário disse que muitas pessoas não estão a trabalhar naquilo que é o seu dom. Cabe também às empresas motivar as pessoas?

Acho que é uma coisa imprescindível hoje em dia, porque as pessoas vivem dentro das empresas e existe uma ausência de sentido. Hoje, a maioria das empresas visa o lucro, mas o lucro não pode ser o propósito da empresa, o propósito da empresa deve ser conseguir fazer a diferença na vida das pessoas e, aí, por consequência, gerar lucro. São coisas diferentes, são focos diferentes. Como nós focamos, enquanto empresários, as pessoas a só gerar lucro, as pessoas vão-se desgastar porque perdem o sentido e as pessoas não são capazes de dar o melhor de si. Mas, felizmente, há cada vez mais empresas a tentar trazer um sentido e um propósito maior, porque é que a empresa existe, como é que os produtos podem ajudar realmente as pessoas. É um processo muito engraçado, eu trabalho com empresas para ajudá-las a descobrir como é que os produtos podem fazer a diferença, mas primeiro como é que as suas pessoas podem sentir-se entusiasmadas em fazer a diferença no dia a dia.

O Mário tem também um livro com 199 mensagens para as pessoas melhorarem a sua vida. Como é que conseguiu tantas mensagens motivacionais?

A minha dificuldade foi mesmo cortar as mensagens porque ainda tinha mais. A minha dificuldade foi tornar o processo mais simples. O livro foi criado com um propósito, que é ajudar as pessoas a ganharem consciência sobre as suas escolhas, perceber que cada um de nós tem o grande poder de escolher, escolher todos os dias o significado para as coisas, para o que vivemos. Enquanto não resgatarmos este poder, vamos culpar o pai, a mãe, o chefe, a sociedade, o casamento, o divórcio, vamos culpar tudo o que existe e está fora de nós. Isso até pode nos saber bem na altura, mas não vai fazer com que as coisas resultem. O livro foi escrito para as pessoas conseguirem ler determinadas mensagens e perceberem que a mudança tem de vir de dentro e deixar de esperar que a mudança venha do governo, dos políticos, do chefe, da junta de freguesia, da associação de pais, dos professores, etc. Este livro foi concebido para que as pessoas vão ganhando consciência a cada mensagem, porque a cada mensagem corresponde uma pergunta para levar as pessoas a entrar em ação na sua vida.