Cosméticos frescos e artesanais, vendidos em lojas que mais parecem mercearias mas que libertam um cheiro irresistível, que lutam contra os testes feitos em animais e dão nova vida a ingredientes naturais para que os possa usar de forma divertida e amiga do ambiente em banhos e cuidados de higiene e beleza. Falamos-lhe da marca inglesa Lush.
Tudo começou em 1994 graças a cinco pessoas: Rowena Bird, Mark e Mo Constantine, Helen Ambrosen e Liz Weir. Tudo começou quando Helen Ambrosen, especialista em botânica, teve uma irritação de pele que se transformou num eczema agressivo e foi ao consultório dos esteticistas Mark Constantine e Rowena Bird. Não só resolveu o problema como se juntou a este casal e à também esteticista Elizabeth Weir para começarem a fazer produtos de beleza com ingredientes naturais como frutas, flores e raízes que prometiam cuidar da aparência e, simultaneamente, promover o bem-estar.
As primeiras criações, feitas à mão com ingredientes naturais do quintal, foram oferecidas, em 1978, à The Body Shop, famosa rede inglesa de cosméticos politicamente corretos, que imediatamente comprou a ideia. O grupo chegou a fornecer 40% dos produtos da marca, até decidir começar um negócio próprio em 1988.
As coisas não correram bem com as vendas por catálogo que tentaram fazer mas em 1994 o grupo fez nascer a Lush, na cidade inglesa Poole. A primeira grande inovação que criaram foram os champôs sólidos. Correu tão bem que em 1990 começaram o processo de internacionalização.
O Lifestyle ao Minuto entrevistou um dos fundadores, Mark Constantine, por e-mail e revela-lhe um pouco mais sobre esta marca e sobre este grupo criativo.
Mark revela que a sua paixão pelo mundo da cosmética começou bem cedo pois ainda criança fazia tónicos com água e pétalas de rosa. Conta que aos 14 anos apercebeu-se de que se fizesse maquilhagem teatral conseguia aproximar-se das raparigas, por isso dedicou-se a fazê-lo nos teatros locais. E por volta dos 16 ou 17 anos começou a trabalhar mais na indústria.
Admite sem grandes rodeios que quando criou a Lush queria “ganhar a vida, pagar as minhas hipotecas e alimentar os meus filhos”. Quanto ao que fez e faz as pessoas comprar os produtos da marca, responde assim: “Espero que seja porque são eficazes. É por isso que se deve comprar qualquer produto, pelo seu uso e finalidade”.
A marca Lush tem uma política que visa proteger as pessoas, os animais e o planeta, Mark conta que “ninguém deve ter de pensar sobre a ética de uma empresa ou sobre o que está por trás de um produto quando o compra. Esses valores devem lá estar de qualquer forma”. Em relação à concorrência, Mark admite que está ao corrente do que se passa mas que não é influenciado por isso nem se preocupa. Perguntamos ainda a Mark qual é que foi o produto mais difícil de criar e este revela que a acha a perfumaria difícil.
A Lush conta com mais de 930 lojas por 46 países do mundo. E como se mantém a qualidade dos produtos tendo uma expansão tão grande? Mark explica: “Os produtos são feitos por mestres artesãos que têm grande orgulho no seu trabalho, têm o seu rosto em etiquetas sobre as embalagens e sabem que as suas mães compram os seus produtos por isso preocupam-se com a qualidade”. Os planos para o futuro? "Manter o foco na qualidade das matérias-frescas e em fazer o produto chegar às mãos certas através de um ótimo serviço ao cliente".