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"Veganismo é a escolha que protege animais, o planeta e ainda a saúde"

Carina Barbosa deixou de comer produtos de origem animal por uma questão ética. Já lá vão 14 anos, um site, uma aplicação móvel e um livro. O objetivo? Consciencializar, informar e mostrar que é possível comer bem (e com sabor) apostando numa alimentação 100% vegetal. O Lifestyle ao Minuto esteve à conversa com a autora.

"Veganismo é a escolha que protege animais, o planeta e ainda a saúde"
Notícias ao Minuto

09:18 - 05/10/16 por Daniela Costa Teixeira

Lifestyle Carina Barbosa

Nunca foi tão fácil seguir uma alimentação vegetariana ou vegana como nos dias de hoje. Enquanto há um par de anos a compra de produtos de origem totalmente vegetal implicava um maior investimento – a nível de tempo e dinheiro –, agora não faltam opções nos supermercados e mercearias de Norte a Sul.

Carina Barbosa é um dos exemplos de como é fácil seguir uma alimentação completamente isenta de produtos de origem animal. Sem comer carne há 14 anos, a criadora do site Veggitable lançou agora um livro onde dá a conhecer mais de 100 receitas repletas de cor, sabor e saúde… e sem qualquer tipo de presença animal. ‘Cozinha 100% Vegetal e Saudável’ [editora Nascente] chegou às livrarias em setembro e é a prova de que é fácil comer bem (e com sabor) apostando numa alimentação exclusivamente vegetal.

Em conversa com o Lifestyle ao Minuto, a mestre em Engenharia Informática revela que abraçou primeiro o vegetarianismo e depois o veganismo “por uma questão de ética e de amor por todos os seres vivos”.

“Depois de me aperceber e de me informar sobre a forma de como são tratados os animais na indústria da carne, senti que não queria fazer mais parte daquele massacre”, diz, explicando que “a decisão foi imediata".

Para Carina, o processo de transição de uma dieta convencional para uma dieta vegetariana ou vegana não é difícil. Na altura, há mais de dez anos, “senti mais dificuldade na informação, por isso demorei um pouco até retirar todos os produtos de origem animal da minha vida. Também os substitutos como as bebidas vegetais, o seitan, tofu, tempeh, eram mais difíceis de comprar e tinha de me deslocar a um sítio próprio para comprar este tipo de produtos”. Agora é tudo muito mais simples: “Hoje teria sido muito mais fácil – encontramos este tipo de produtos em qualquer supermercado e cada vez com preços mais acessíveis. A diversidade é cada vez maior, assim como a informação sobre este estilo de vida. Para quem está a começar agora ou a pensar transitar para o veganismo, vai conseguir fazê-lo de forma muito fácil, sem sentir falta de nenhum sabor”, garante.

Embora acredite que a mentalidade dos portugueses pode “mudar para melhor”, Carina Barbosa confessa que se sente “triste” por ver “ muitas filas na peixaria e nos talhos dos supermercados e ver ainda o carrinho cheio de ovos, leites, queijos, iogurtes de animais”.

"Todos eles [os animais] têm direito à vida e a uma vida com liberdade. Descobri que ao vivermos a nossa vida sem nos alimentarmos de produtos de origem animal ainda nos beneficia mais e conseguimos assim uma vida cheia de saúde e boa disposição".Mas para Carina “ser vegetariano não basta” e tudo se deve a uma questão de dignidade e direito de viver. “Quando digo que ser vegetariano não basta é porque ainda existem os conceitos de vegan e vegetariano. O primeiro não consome qualquer produto de origem animal, mas o segundo já opta por consumir, lacticínios e ovos. Em defesa dizem que estes produtos não matam o animal, mas a realidade é que mata muitos deles à nascença. Muito resumidamente, é o caso dos pintainhos que não põem ovos e são triturados assim que nascem, ou o caso dos filhos das vacas que são mortos e vendidos como vitelas para não consumirem o leite das mães e porque eles próprios também não dão leite. E ainda depois disto, tanto as galinhas como as vacas, têm vidas miseráveis, cheias de sofrimento e doenças (que acabam por infetar a própria carne, leite e ovos que depois são consumidos por humanos). Por isso quem ainda segue uma alimentação vegetariana ainda está a compactuar com bastante sofrimento e morte de milhões de animais. Optar pelo veganismo, é a escolha que protege todos os animais, o planeta e ainda a própria saúde”.

A informação em Portugal e como dar asas à imaginação

Seja através de sites, blogues, de redes sociais ou do vasto leque de livros lançados recentemente em Portugal, a informação acerca do vegetarianismo e veganismo é cada vez mais diversificada e o Veggitable - que tem ainda uma aplicação móvel - é um dos sites que mais contribui para esta onda de consciencialização.

“O feedback tem sido maravilhoso. Muitos seguidores dizem-me que com o site e com a informação que vou disponibilizando, que os ajudou a tomarem a decisão de deixar os produtos de origem animal e a abraçar o veganismo. Muitos ainda me pedem informações sobre onde encontrar alguns determinados produtos ou como podem substituir e fazer uma alimentação equilibrada. São sempre questões que gosto muito de responder e mostrar que o veganismo é tão simples, economicamente semelhante ou ainda mais em conta. Não é necessário muito tempo ou destreza na cozinha para confecionar refeições 100% vegetais”,explica.

Quando questionada sobre o lançamento do livro, Carina diz que “a ideia de escrever livros já era algo que sabia que um dia iria fazer”, contudo, “não contava que o primeiro seria de receitas e que viria tão rapidamente”.

“O site teve um crescimento muito grande e a oportunidade surgiu. Primeiro surgiu a aplicação para smartphones ‘Veggitable – Receitas Saudáveis e Vegans’, com receitas exclusivas. Chegou depois a oportunidade de escrever um livro que conseguisse chegar ainda a mais pessoas. Que ajudasse principalmente a descobrir o que se passa no mundo das industrias de animais para consumo e conseguisse ajudar mais pessoas a abraçarem a alimentação 100% vegetal e também o veganismo”.

Ao todo, são mais de 100 receitas ao longo de 220 páginas. De onde vem a inspiração? “No inicio as inspirações vinham quase todas do estrangeiro. Hoje a inspiração chega de pratos já confecionados no passado, mudando alguns ingredientes, nasce um novo prato. Mas muitos dos pratos inovadores chegam deexperiências e tentativas que normalmente até saem à primeira. Aqueles que não ficam bem à primeira, acabam por fazer nascer ainda outras inspirações”.

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