Dia da Contraceção: Terão todas as mulheres informação suficiente?
A pedido do Lifestyle ao Minuto, Joaquim Neves, médico especialista em obstetrícia e ginecologia e assistente na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, falou sobre os vários métodos de contraceção.
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Lifestyle Especialista
A contraceção é um dos temas com maior impacto na vida da mulher e com grandes implicações sociológicas, uma vez que afeta a natalidade, influencia o comportamento sexual dos casais e permite o planeamento da família.
Hoje, dia 26 de setembro, assinala-se o Dia Mundial da Contraceção e apesar dos diversos métodos disponíveis para a mulher, será que todas têm informação suficiente?
A pedido do Lifestyle ao Minuto, o Dr. Joaquim Neves, médico especialista em obstetrícia e ginecologia e assistente na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, falou sobre as vantagens e desvantagens dos vários métodos de contraceção:
Pílula
A eficácia é ótima com qualquer tipo de contraceção hormonal via oral pela facilidade e discrição do seu uso, associados a uma baixa dose hormonal e a uma previsível ‘menstruação’ regular. A principal desvantagem é contudo a exigência na disciplina da sua toma – compromisso da mulher – com a necessidade duma toma adequada – diária - para garantir a eficácia, o que nem sempre se compatibiliza com os imperativos atuais do estilo de vida exigente da mulher portuguesa.
Preservativo
A maior vantagem é a prevenção do risco de transmissão das infeções sexualmente transmissíveis. Mas é importante referir que quando mal aplicado ou não aplicado atempadamente não garante a eficácia desejada.
Anel Vaginal
É o método hormonal combinado com a menor dose hormonal diária libertada, permitindo um excelente controlo do ciclo e uma baixa incidência de efeitos indesejáveis e sintomas adversos (nomeadamente cefaleias e dores nos seios). Obriga à manipulação dos genitais havendo alguns receios da futura utilizadora de poder vir a sentir desconforto durante sua utilização, nomeadamente no decurso das relações sexuais. Após ser normalmente colocado é totalmente indolor ao longo de todas as atividades da mulher/casal.
Mini adesivo contracetivo
Trata-se de um mini adesivo de aplicação semanal (três semanas de utilização contínua seguidas de uma semana sem adesivo – semana de pausa). É pequeno, discreto, transparente, redondo, com libertação de uma baixa dose hormonal (inferior à das pílulas e semelhante ao anel vaginal), com consequente boa tolerância e baixa incidência de sintomas adversos. Os receios sobre a utilização em ambientes potencialmente adversos (piscinas, saunas, ginásio com aumento da sudação) e a possibilidade de descolar foram desmistificados quer pelos ensaios clínicos quer pelos relatos das utilizadoras iniciais. É um método com eficácia sobreponível à das pílulas orais com a vantagem de garantir uma maior adesão pelo esquema de só ter uma aplicação semanal. Para além disso a via cutânea permite uma maior estabilidade hormonal com menos efeitos indesejáveis e um excelente controlo de ciclo.
Dispositivo intrauterino, com cobre (D.I.U.)
É totalmente inerte, desprovido de hormonas (e portanto sem os riscos/receios associados aos métodos hormonais), ótima eficácia e de baixo custo para contraceção de longa duração. Por vezes, aumenta o fluxo menstrual o que leva a um maior desconforto na menstruação e risco de anemia; aumento do corrimento vaginal, pequenas perdas de sangue ao longo do ciclo. Há um risco de se poder deslocar dentro do útero com da eficácia que também habitualmente é uma ótima eficácia. Deve ser utilizado com precaução em mulheres com antecedentes de doença inflamatória pélvica (DIP) ou de gravidez ectópica. Doentes medicadas com imunossupressores ou anti-inflamatórios por períodos prolongados devem preferir outro método de contraceção.
Dispositivo intrauterino libertador de hormona (D.I.LU.)
É um DIU que liberta uma hormona que vai atuar preferencialmente dentro do útero, é muito bem tolerado, com baixa incidência de efeitos secundários e de queixas adversas hormonais.
Os dispositivos requerem na colocação uma observação ginecológica de forma adequada, e a inserção pode causar desconforto/dor.
Implante subcutâneo libertador de hormona
De fácil inserção e com boa eficácia mas pode originar hemorragia genital imprevisível e variável no tempo (cerca de 20% das mulheres poderão ter perdas hemorrágicas irregulares) e algumas mulheres mais sensíveis às ações hormonais poderão apresentar queixas de edemas, dor mamária, cefaleias e aumento de peso.
Métodos de esterilização: (oclusão ou laqueação das trompas e vasectomia)
Apresenta os mínimos efeitos indesejáveis contudo é necessário ter em consideração que são métodos definitivos, potencialmente irreversíveis, que obrigam a uma intervenção cirúrgica e eventualmente a anestesia.
Confirme na galeria de imagens acima o aspeto de cada um dos métodos contracetivos acima mencionados.
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