Um grupo de cientistas da Universidade de Erlangen-Nuremberga, na Alemanha, conseguiu detetar o aroma a alho no leite materno das mães que comem alho e revela que este pode ter impacto nas escolhas alimentares dos bebés ao longo da vida.
A culpa, revela o recente estudo, é do sulfereto de metil-alilo, um dos vários compostos voláteis presente no alho e que é responsável pelo seu aroma e pelo odor que deixa no hálito das pessoas. Como lhe tínhamos explicado aqui, assim que o alho é consumido, o sulfeto de metil-alilo é absorvido pela região gastrointestinal e, depois, entra na corrente sanguínea, sendo apenas expelido por alguns órgãos, como os rins, pulmões e pele (daí a dificuldade em tirar o cheiro a alho das mãos depois de o cortar).
Para o estudo, publicado na Metabolites, os investigadores analisaram amostras de leite materno de mulheres que tinham comido alho duas horas e meia antes de amamentar. Numa primeira parte da análise, os cientistas foram capazes de encontrar num teste sensorial o odor a alho e algo semelhante a couves no leite, mas foi na análise mais minuciosa e metabólica que foram encontrados componentes do alho, como o sulfereto de metil-alilo.
Quanto à possibilidade dos aromas do leite materno, como este a alho, poderem interferir e ditar as escolhas alimentares das crianças ao longo da vida, os investigadores mostram-se ainda reticentes em dar uma resposta concentra, embora confessem que existe essa possibilidade e que a mesma deve ser estudada.