“Imagine uma cerca com diferentes tipos de ripas e postos. É assim uma língua ampliada”. Brett Comer, médico da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, revela que a língua é um dos espelhos mais fiéis do estado de saúde das pessoas, conseguindo decifrar alguns problemas ou mazelas.
À Time, o cirurgião de cabeça e pescoço diz que a língua possui uma série de fissuras (nem sempre visíveis a olho nu) que, em alguns casos, podem ser uma espécie de habitat para resíduos como “bactérias mortas” ou “mucosas”, tal como acontece “quando se está a lutar contra uma gripe, um vírus ou uma infeção”. A língua em tons esbranquiçados que comummente temos quando ficamos com febre é um exemplo da acumulação de resíduos. Se à cor branca da língua se juntarem sintomas de dor de garganta e dificuldade em engolir, o melhor é consultar um médico, alerta o especialista.
Mas a língua também pode ficar com tons de branco quando as papilas e glândulas gustativas ficam secas, o que pode resultar do uso de medicamentos ou de uma má hidratação. Quando a pessoa apenas respira pela boca é também comum ficar com a língua mais pálida. Em todas estas situações, a cor branca é causada pela secura da língua, que pode ficar inchada e acumular ainda mais resíduos, explica o médico.
“Alguns tipos de cancro ou Diabetes têm sido associados à aparência esbranquiçada da língua”, diz Comer, salientando que é uma situação rara e pouco confiável.
Segundo um recente estudo da Carnegie Mellon University, quando a língua (especialmente na parte mais atrás, junto à garganta) fica com tons azuis ou cinzento é sinal de que a pessoa pode estar a ter algum tipo de complicação a nível renal ou digestivo.