Enquanto uns apenas se preocupam em obter o orgasmo – como se fosse o único sinónimo de prazer e sucesso numa relação sexual – outros continuam presos à ‘mítica’ ideia de que é possível obter sempre o orgasmo simultâneo.
Já nos anos 60, Masters e Johnson (conhecidos como os pais da sexologia moderna) criticavam esta teoria do orgasmo em simultâneo, dizendo que “o esforço para coordenar as reações basicamente involuntárias faz com que o homem e a mulher comecem a observar-se mentalmente a si mesmos, em vez de se entregarem as sensações do ato sexual”, cita o El País.
De acordo com um estudo da Faculdade de Medicina do Chile, o orgasmo simultâneo é o objetivo de 57,6% dos casais. Esta percentagem é assustadora e espelha a tensão que muitos colocam no ato sexual, que deve ser natural e prazeroso, não mecânico e eficaz. E quando o dito orgasmo em conjunto não acontece, são muitos os sentimentos negativos sentidos por ambas as partes, deixando a relação mais insegura e à mercê de pequenas situações que podem ser ‘a gota de água’.
Diz o El País que o grande problema dos casais é confundirem “sincronia sexual” com orgasmo simultâneo, algo que os sexólogos Manuel Fernández e Berta Fornés já explicaram no livro ‘100 perguntas sobre sexo’.
“A sincronia sexual é a confluência de duas pessoas que, com as suas múltiplas diferenças, conseguem estar unidas por uma vida sexual prazerosa para ambos”, lê-se no livro dos autores, que descartam qualquer ideal de orgasmo simultâneo.