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Medicamentos com "promessas milagrosas" podem ser um risco para a saúde

A diretora do projeto de 'fact-checking' sobre saúde Viral Check, Sara Beatriz Monteiro, critica a falta de regulação sobre os produtos naturais, um fator potenciador da disseminação de desinformação em saúde.

Medicamentos com "promessas milagrosas" podem ser um risco para a saúde

© Shutterstock

Lusa
16/10/2025 08:32 ‧ há 4 horas por Lusa

Lifestyle

Saúde

A diretora do projeto de 'fact-checking' sobre saúde Viral Check, Sara Beatriz Monteiro, critica a falta de regulação sobre os produtos naturais, um fator potenciador da disseminação de desinformação em saúde.

 

"A questão do natural é muito importante porque as pessoas acham que o natural é mais seguro, quando na verdade nem sempre o é. Ainda mais é uma área que é muito pouco regulada, e isso é também um problema", começa por explicar a jornalista à Lusa.

Sara Beatriz Monteiro refere que não há a mesma regulação para os produtos naturais e suplementos que existe para os medicamentos.

"Hoje em dia vê-se pessoas, até fora da área da saúde, a promover imensos suplementos com promessas milagrosas, em que as pessoas querem muito acreditar, mas que na verdade não são eficazes", afirma.

Neste sentido, Sara Beatriz Monteiro realça a necessidade de regular este mercado, sobretudo porque "combater a promoção destes produtos é difícil".

A jornalista alerta que a promoção deste tipo de produtos é feita nas redes sociais, mas também em programas de entretenimento na televisão que chegam "a pessoas com menos literacia mediática e menos literacia científica".

"A desinformação em saúde sempre existiu e basta ver os programas de entretenimento, não só nos espaços publicitários que promovem suplementos, como também ao longo destes. Há convidados que vão falar de coisas que não têm evidência científica e que, no limite, podem ser prejudiciais para as pessoas", explica.

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Desta forma, a diretora do Viral Check afirma que os idosos estão mais vulneráveis a determinados tipos de desinformação e acreditam "mais no que se diz na televisão e no que é promovido nas redes sociais, às vezes mesmo coisas manipuladas".

"Os jovens também estão muito vulneráveis a alguns influenciadores digitais, por exemplo, que falam sobre emagrecimento ou estilo de vida saudável, que pode ter efeitos nefastos", acrescenta.

Apesar disso, a jornalista explica que a propagação de desinformação na área da saúde não é uma questão etária, uma vez que "quem promove a desinformação vai mudando o tipo de estratégias e o tipo de produtos que promove".

"Na adolescência é mais prevenção do envelhecimento e emagrecimento. Na meia-idade é sobre a menopausa, mas também prevenção do envelhecimento e na idade mais velha está mais relacionado com as doenças crónicas", explica Sara Beatriz Monteiro.

A responsável afirma ainda que a Inteligência Artificial (IA) veio acelerar a disseminação de desinformação, embora algum dos vídeos falsos sobre saúde, em Portugal, ainda "não tenham um grau de realismo a que se assiste noutros países".

Segundo um estudo recente de várias universidades internacionais, cerca de 88% de todas as respostas geradas pelas cinco principais ferramentas de Inteligência Artificial (IA) continham desinformação sobre saúde.

Assim, para Sara Beatriz Monteiro é fulcral cultivar uma maior literacia científica junto da população, profissionais de saúde e das redações, de forma a fomentar uma atitude proativa das pessoas que devem ser vistas como "embaixadores contra a desinformação".

Sara Beatriz Monteiro é diretora do Viral Check, um jornal de 'fact-checking' totalmente vocacionado para a clarificação da desinformação em saúde, nomeadamente a que é partilhada através das redes sociais, pretendendo ser um agente ativo na promoção da literacia em saúde.

Leia Também: A desinformação na saúde leva doentes a testarem "mezinhas"

 

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