Imagine ir ao médico e no final da consulta, ao invés de passar numa farmácia, o médico sugere que passe no aeroporto para levantar a sua "prescrição". Um bilhete de avião ou de um concerto não tem nenhuma fórmula mágica, mas pode ser "terapêutico", apontam especialistas em declarações ao 'Self'.
Esta forma de tratamento pode parecer aliciante, mas não cobre todas as doenças. A cura com recurso à arte foi um procedimento que começou a ser testado por profissionais da área da psicologia.
Apesar de esta ideia ser tratada por alguns especialistas como forma de cura, este processo é abordado por outros profissionais como um meio de prevenção de ansiedade, stress e de outros problemas de saúde mental.
Leia Também: Ansiedade: O corpo dá sinais e lança os primeiros pedidos de ajuda
Para a especialista Dena Trujillo, este tipo de atividades já deve estar incluído nas rotinas, mas quando não acontece e um indivíduo apresenta problemas do foro psicológico, a prioridade é "pedir ajuda" e efetivamente tratar do problema.
A especialista diz que após a resolução dessa questão já pode reconhecer os benefícios das artes e "pode fazer sentido falar dessa aplicação como uma forma de prevenção e em como se pode incluir na rotina".
"Todos nós precisamos de conexão", acrescenta e explica que as artes "podem ajudar pessoas de qualquer idade", seja com atividades ao ar livre que geram prazer ou viajar.
Os problemas de saúde mental podem ter várias causas e para a investigadora Tasha Golden a arte pode ajudar, por exemplo, no combate à solidão. A especialista justifica que "os humanos evoluíram para criar e compartilhar arte" e isso é o que estabelece um elo de ligação e mantém as pessoas envolvidas com a arte, "cantado, dançado e criando".
Contudo, há pessoas que valorizam os seus momentos a sós e até preferem apreciar artes sozinhas, seja num museu ou num concerto.
Numa perspetiva psicológica, Golden esclarece que algumas das pessoas que optam por fazê-lo, na maior parte das vezes, pode nem ser para estarem efetivamente sozinhas, procuram conectar-se com pessoas diferentes e fazer novos amigos.
Leia Também: (Des)construir a saúde mental: "Todos acham coisas, mas poucos sabem"
----------
Se estiver a sofrer com alguma doença mental, tiver pensamentos autodestrutivos ou simplesmente necessitar de falar com alguém, deverá consultar um psiquiatra, psicólogo ou clínico geral. Poderá ainda contactar uma destas entidades (todos estes contactos garantem anonimato tanto a quem liga como a quem atende):
Atendimento psicossocial da Câmara Municipal de Lisboa
800 916 800 (24h/dia)
SOS Voz Amiga - Linha de apoio emocional e prevenção ao suicídio
800 100 441 (entre as 15h30 e 00h30, número gratuito)
213 544 545 - 912 802 669 - 963 524 660 (entre as 16h e as 00h00)
Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h)
808 237 327 (entre as 15h e as 22h, número gratuito) | 210 027 159
SOS Estudante - Linha de apoio emocional e prevenção ao suicídio
239 484 020 - 915246060 - 969554545 (entre as 20h e a 1h)
Telefone da Esperança
222 080 707 (entre as 20h e as 23h)
Telefone da Amizade
228 323 535 | 222 080 707 (entre as 16h e as 23h)
Aconselhamento Psicológico do SNS 24 - No SNS24, o contacto é assumido por profissionais de saúde
808 24 24 24 selecionar depois opção 4 (24h/dia)
Linha Nacional de Prevenção do Suicídio e Apoio Psicológico (24h/dia)
1411