Oropouche. O vírus que chegou à Europa e já causou mortes no Brasil

O que é, quais os sintomas e quais as melhores formas de prevenção? Um médico revela tudo o que já se sabe.

erupções cutâneas, picadas

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Notícias ao Minuto
20/08/2024 22:28 ‧ 20/08/2024 por Notícias ao Minuto

Lifestyle

Oropouche

Este verão, foram pela primeira vez detetados na Europa pessoas infetadas pelo vírus Oropouche, também conhecido como 'febre da preguiça'. É transmitido em humanos através da picada de mosquitos infetados. A América do Sul, Central e as Caraíbas são as zonas mais afetadas com mais de oito mil casos identificados desde janeiro, segundo dados do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças.

 

No Brasil, já provocou três mortes, de duas mulheres e de um feto. Desde o início do verão que foram registados 19 casos na Europa, 12 em Espanha, cinco em Itália e dois na Alemanha. Na grande maioria dos casos, houve viagens para Cuba, mas para o Brasil. Mas que vírus é este? Será que existem motivos de alarme.

O 'website' Medscape falou com o médico Jan Felix Drexler, do Instituto de Virologia da Universisdade de Charité, em Berlim, que estudou o início do vírus Oropouche na América Latina, para perceber melhor que consiste esta 'febre da preguiça'

O vírus foi descoberto pela primeira vez em Trinidad e Tobago em 1955, no rio Oropouche do Sul, daí o nome. “Os principais sintomas não são diferentes de outro tipo de infecções ou seja, febre, talvez dor nas articulações e músculos ou erupções cutâneas”, explica o médico.

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Grande parte das pessoas infectadas não apresenta qualquer tipo de sintomas. Apenas uma pequena percentagem dos casos, cerca de 5%, desenvolve doenças mais graves, como meningite e inflamação cerebral, por exemplo.

Uma vez que se transmite através de mosquitos, "os repelentes são extremamente importantes, como sempre". Este tipo de mosquitos não se encontra na Europa e acaba por ser mais preocupante em zonas de risco.

"O risco de picadas de mosquitos é provavelmente maior ao amanhecer e ao anoitecer em condições calmas e húmidas." Uma vez que não existe um tratamento ou vacina específicos, é recomendado o uso de repelentes e roupas que tapem grande parte do corpo.

"Não deve ser assumida uma infeção específica com base em sintomas clínicos. Se os paciente estiverem a voltar ou a viver em áreas endémicas, o melhor é fazer o diagnóstico devido."

Houve um caso de morte de um feto, mas será motivo de alarme e evitar as viagens para estas áreas? "Não imediatamente, mas é preciso ter cautela. Simplesmente não temos dados suficientes para avaliar o risco de potencial infeção congénita."

Jan Felix Drexler diz que não há razão para grandes preocupações na Europa para já. "Não sabemos se existe o risco do mosquito vir para Europa, mas também não há razão para soar os alarmes."

Apesar do nome, 'febre da preguiça', tal não significa que existe algum risco no contacto com estes animais. É apenas uma designação uma vez que o vírus se encontra também em zonas onde também as preguiças estão presentes.

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