Recentemente, uma investigação, feita por uma equipa com investigadores de universidades em todo o mundo, concluiu que os irmãos de crianças autistas têm 20% de hipóteses de serem eles próprios autistas. Trata-se de um risco cerca de sete vezes maior do que o registado em bebés sem irmãos autistas.
Segundo explicam os cientistas, em comunicado, esta conclusão baseia-se na análise de uma amostra extensa e diversificada de famílias em locais como os Estados Unidos, o Canadá e o Reino Unido.
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Mais especificamente, a amostra do estudo, disponibilizado na Pediatrics, incluiu 1.605 bebés em 18 locais de investigação. Todos os bebés tinham um irmão mais velho autista.
Descobriram assim que o sexo da primeira criança autista influenciava a probabilidade de recorrência do autismo numa família. Isto significa que nas famílias em que o primeiro filho era do sexo feminino, "a probabilidade de ter outro filho com autismo era 50% maior do que se o primeiro filho autista fosse do sexo masculino", explica Sally Ozonoff, uma das investigadoras envolvidas no estudo.
De acordo com a cientista, "isto aponta para diferenças genéticas que aumentam a probabilidade de recorrência em famílias que têm uma filha autista". Também concluíram que "uma criança com vários irmãos autistas tem uma maior probabilidade de ter autismo (37%) do que uma criança com apenas um irmão no espetro (21%)".
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Mencionam ainda que a raça da mãe como um fator a ter em conta. Por exemplo, "nas famílias não brancas, a taxa de recorrência foi de 25%". Já "nas famílias brancas, a taxa de recorrência foi de cerca de 18%". Também o nível de escolaridade da mãe tem impacto e nas famílias em que a mãe tinha o ensino secundário, ou menos, a taxa de recorrência era de 32%, mas de 16,9% a 25,5% quando as mães tinham um curso superior.
Tendo isto em conta, a investigação confirma as conclusões de um outro estudo, feito em 2011, sobre a probabilidade de autismo em irmãos.
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