Nunca ouviu falar de polimedicação? Olhe que devia

Este artigo é assinado pelo farmacêutico João Mota, CEO da Terah, uma aplicação que permite ter toda a sua medicação organizada, com informação acerca do medicamento e que, na hora correta da toma, lança um lembrete.

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Notícias ao Minuto
05/06/2024 13:50 ‧ 05/06/2024 por Notícias ao Minuto

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Saúde

A palavra medicamento, vinda do latim, está associada a um meio de curar. A definição em si permanece atual, embora, aos dias de hoje, não se limite apenas a esta finalidade. É, pois, indubitavelmente, amargo admitir que a chamada polimedicação, é hoje um grande desafio para os profissionais de saúde e acarreta graves riscos para os doentes.

A polimedicação é definida como a toma de cinco ou mais medicamentos de uma forma continua e, não falamos apenas de medicamentos de prescrição, todos entram na soma, inclusivamente suplementos alimentares. Não surpreende, portanto, que mais de um terço da população portuguesa, acima dos 65 anos, seja polimedicada. 

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Ao problema, acresce o facto de a tendência ser crescente, não só pelo envelhecimento demográfico, mas também pelo desejável desenvolvimento científico que leva ao aparecimento de novos fármacos. Mas de que forma então a toma de vários medicamentos pode traduzir-se num aumento de riscos? Que antítese esta! Primeiro é preciso perceber que existem situações em que são efetivamente necessários mais que cinco medicamentos para tratar ou controlar uma doença. Nestas circunstâncias, e quando o tratamento está otimizado, falamos de polimedicação adequada.

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Contudo, o inverso, a chamada polimedicação inadequada é infelizmente bastante comum. Na sua origem podem estar situações de automedicação ou simplesmente diferentes prescritores, que não têm uma visão transversal sobre o tratamento do doente, levando a situações disfuncionais e potencialmente perigosas.

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O impacto mais evidente da polimedicação é na adesão ao tratamento. A predisposição para seguir o tratamento tende a diminuir e sobretudo a troca entre medicamentos e os horários das tomas passam a ser estranhamente mais comuns. O risco de reação adversas medicamentosas é também superior nestas situações, os chamados efeitos secundários.

Por último, a possibilidade de interações medicamentosas ou duplicações terapêuticas aumentam exponencialmente.  As interações ocorrem, quando o efeito de um medicamento é afetado por outro, pelo que, com o aumento do número de medicamentos, estas tornam-se cada vez mais prováveis. 

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A duplicação terapêutica, ocorre quando, tomamos, de uma forma não intencional, dois medicamentos para o mesmo fim. Infelizmente, estas são muito comuns, principalmente quando há uma substituição na prescrição e o utente não fica totalmente esclarecido que deverá suspender o anterior.

Não existe uma perceção clara do impacto destas ocorrências diretamente, mas, num sentido mais lato, a Organização Mundial da Saúde estima que 10% de todos os internamentos hospitalares se devam ao uso incorreto de medicamentos. São dados alarmante de facto! E como se espera que haja uma manutenção das tendências no envelhecimento demográfico e no desenvolvimento científico, a solução terá de passar por otimizar o processo de tratamento dos doentes. 

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Existem algumas formas que podem ajudar. Idealmente, devemos andar sempre com uma listagem de todos os medicamentos que estamos a tomar e, mais uma vez, todos, incluindo os de automedicação e suplementos. Outra solução pode passar pela Preparação Individualizada da Medicação. A maioria das farmácias já disponibilizam um serviço deste género. Este permite organizar os medicamentos já com as tomas no horário previsto. Além disso, para além de lhe dar a organização e planeamento, normalmente semanal, também permite também que na realização desta preparação, a sua medicação, seja revista por um profissional qualificado.

Por último, existem já soluções digitais bastante completas e, na verdade, em Portugal estamos na linha na frente do que a este âmbito diz respeito. 

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