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Já ouviu falar em paralisia do sono? É mais comum do que pensa

Paralisia do sono é um assunto que desperta muito interesse e dúvidas. Por isso, na mais recente edição da rubrica O Médico Explica, falámos com Maria Serra Brandão, uma psicóloga do sono que explicou tudo.

Já ouviu falar em paralisia do sono? É mais comum do que pensa

Alguma vez acordou, estava consciente e desperto, mas não se conseguia mexer? É algo mais comum do que pensa. Chama-se paralisia do sono e trata-se de "um distúrbio que ocorre na transição entre o sono e a vigília", explica Maria Serra Brandão, psicóloga do sono, em entrevista ao Lifestyle ao Minuto

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Quando um episódio deste género acontece o normal é a pessoa conseguir respirar e mexer os olhos, acrescenta a psicóloga e autora que, aliás, lançou recentemente o livro "Solução Para Noites Tranquilas - Método Para Ensinar o seu Filho a Dormir Bem". 

Segundo a especialista, as causas não são claras, mas normalmente estão relacionadas com privação de sono, 'jet lag', insónias entre outras condições. Realçou ainda que "qualquer pessoa saudável e sem histórico clínico de outros distúrbios pode ter um episódio de paralisia do sono". 

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As causas não são claras mas surgem por vezes episódios associados a privação de sono devido a trabalho por turnos ou 'jet lag', insónia, narcolepsia, crises de ansiedade ou ataques de pânico

O que é a paralisia do sono?

A paralisia do sono é um distúrbio que ocorre na transição entre o sono e a vigília. Caracteriza-se por uma impossibilidade temporária da pessoa se mexer, logo após o despertar, embora esteja desperta e consciente desta imobilização. Não é uma condição grave e os episódios são transitórios.

Que tipo de sensações, sintomas e reações provoca?

Durante o episódio de paralisia do sono, a pessoa está consciente da situação e do ambiente que a rodeia, mas não se consegue mexer ou falar. Também consegue respirar normalmente e mexer os olhos.

Algumas pessoas sentem algumas alterações semelhantes a alucinações: ouvem ou vêm coisas que não são reais. Os episódios podem ser assustadores para quem os experiência. Há pessoas que relatam sentir dormências ou vibrações em partes do corpo. Outras sensações podem ser a de cair ou de levitar.

Notícias ao Minuto Recentemente a psicóloga lançou um livro© Maria Serra Brandão  

O que a causa? 

A paralisia do sono ocorre quando existe uma desconexão entre o cérebro consciente que já despertou, mas os músculos mantém-se paralisados, que é característica do sono REM - a última fase do ciclo de sono que acontece antes da transição para vigília.

As causas não são claras mas surgem por vezes episódios associados a privação de sono devido a trabalho por turnos ou 'jet lag', insónia, narcolepsia, crises de ansiedade ou ataques de pânico.

Está associada a alguma condição de saúde específica?

Qualquer pessoa saudável e sem histórico clínico de outros distúrbios pode ter um episódio de paralisia do sono, no entanto, condições de saúde como a ansiedade generalizada, o stress pós traumático, a narcolepsia ou as insónias podem desencadear episódios de paralisia do sono.

Sabe-se que há uma relação provável entre episódios de paralisia de sono que surgem em pessoas que podem estar a ter maiores níveis de stress ou ansiedade, consumo excessivo de álcool ou privação de sono.

Quais são os efeitos negativos com mais impacto na vida das pessoas?

Não foram ainda estudados consequências a longo prazo para a saúde de pessoas que tenham tido episódios de paralisia do sono. São acima de tudo os impactos dos riscos associados ao desencadear dos episódios de paralisia, como distúrbio de ansiedade generalizada, que podem ter consequências para a saúde. Por exemplo existe um maior risco a longo prazo de hipertensão de quem sofre de ansiedade generalizada.

Muitas pessoas têm um ou dois episódios ao longo da vida toda sem que isso tenha relevância clínica

Quando isto acontece regularmente é necessário ficar preocupado? Porquê? 

Perante episódios frequentes de paralisia do sono é importante procurar identificar quais poderão ser as causas subjacentes ou os fatores que estão a desencadear estes episódios, e pode ser importante procurar ajuda para tratar essas condições de base: a ansiedade, depressão, pânico, privação de sono, a insónia, a narcolepsia, etc. 

Que tipo de médico se deve consultar? Como se trata este problema? 

Perante um episódio pontual de paralisia de sono a pessoa não necessita de procurar ajuda imediata uma vez que estes episódios não têm gravidade e muitas pessoas têm um ou dois episódios ao longo da vida toda sem que isso tenha relevância clínica.

Se os episódios forem frequentes devem ser falados primeiro com o médico de família ou um psicólogo com competência em ciências do sono para que sejam identificadas possíveis causas para os episódios. O médico de família ou psicólogo encaminham para um profissional com competência em medicina do sono caso a situação não melhore. Sonolência diurna excessiva deve ser um sintoma de alerta para procurar ajuda especializada.

Todos os episódios de paralisia do sono são iguais? O que os diferencia? Depende de cada um? 

A mesma pessoa pode ter episódios de paralisia de sono com sensações e sintomas diferentes, como as que forma acima descritas. Episódios frequentes de paralisia podem ser mais comuns em pessoas com narcolepsia ou pode acontecer a pessoas saudáveis mas que numa fase da vida estão em privação de sono devida a estudos ou trabalhos por turnos por exemplo.

Existe alguma forma de prevenir que estes episódios aconteçam? Como? 

Para tentar prevenir episódios de paralisia do sono evite fumar ou beber álcool antes de dormir, evite refeições pesadas e cafeína antes de deitar; evite dormir em decúbito dorsal (barriga para cima). Outros fatores podem ajudar a proteger ou evitar como criar um horário regular de deitar e levantar, obter sete a nove horas de sono diariamente, praticar exercício físico com regularidade, mas evitar que seja nas quatro horas antes de deitar. 

É algo mais comum em que idades? 

A paralisia do sono pode ocorrer em qualquer idade, sendo raro na infância. Os primeiros episódios podem ser desencadeados na infância ou na adolescência ou em jovens adultos, podendo ter intervalos de vários anos ou décadas até haver outro.

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