Foi confirmado, através de um estudo publicado no Journal of Psychopharmacology, que os adolescentes são "três vezes mais vulneráveis ao desenvolvimento de um vício à canábis do que os adultos", explica a instituição King's College London.
No entanto, os mesmos investigadores também constataram que os adolescentes não estão mais em risco de sofrer outros problemas de saúde mental relacionados com a droga, como depressão, ou ansiedade.
Para o estudo foram analisados quase trezentos participantes, incluindo setenta e seis adolescentes que usaram 'cannabis' de um a sete dias por semana, ao mesmo tempo que um grupo de adultos.
Os investigadores chegaram à conclusão que os adolescentes que usaram 'cannabis' têm uma probabilidade três vezes maior de desenvolver vício da 'cannabis', quando comparados com adultos que também a consomem. Os adolescentes que começaram a desenvolver esta condição tiveram sintomas como falta de concentração, dificuldade na escola ou no trabalho, ou vontade de parar sem sucesso.
Os fatores que tornam os adolescentes mais vulneráveis a este problema são falhas no relacionamento com os pais e professores, mas também aspetos físicos normais da idade como 'hyper-plastic brain' (cérebro maleável em português) e ainda o sistema endocanabinoide em desenvolvimento.
Estas descobertas baseiam-se noutro estudo da mesma equipa, publicado recentemente na Psychopharmacology, que descobriu que os adolescentes "não são mais vulneráveis a associações entre o uso crônico de 'cannabis' e o comprometimento cognitivo".
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