A percentagem de bebés nascidos de mães infetadas que podem testar positivo para a Covid-19 fica abaixo dos 2%, segundo um estudo cujas conclusões foram apresentadas na revista científica The BMJ.
Embora o risco de transmissão seja baixo, os resultados sugerem que os bebés de mães com doença grave apresentam uma maior probabilidade de testar positivo para SARS-CoV-2. De acordo com os investigadores, os partos por cesariana, a 'separação' da mãe e do bebé logo após o nascimento e a fórmulas de substituição do leite materno não influenciam as taxas de infeção.
Os cientistas cruzaram os dados de 500 estudos. No geral, descobriram que 1,8% de 14 271 bebés nascidos de mães infetadas também testam positivo. Os investigadores conseguiram obter informações sobre o momento da exposição para 592 bebés positivos. Entre estes, 14 tiveram transmissão de mãe para filho confirmada: sete antes do nascimento (ainda no útero), dois durante o trabalho de parto (intraparto) e cinco no período pós-natal (até 10 dias após o nascimento).
Acrescentam ainda que os bebés estão mais propensos a testar positivo para Covid-19 se as mães manifestarem sintomas de doença grave, forem internadas numa unidade de cuidados intensivos ou, por exemplo, morrerem logo após o parto. Ainda assim, ressalvam que quando são adotadas medidas preventivas durante o período intraparto e pós-parto, como o uso consistente e adequado de equipamentos de proteção individual, a infecção do recém-nascido é improvável.
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