Dar 10 mil passos por dia parece-lhe excessivo e, sejamos francos, irrealista? O que muitos não sabem é que este número não passa de um mito. Pelo menos, é o que defendem alguns especialistas.
Esta meta surgiu por altura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964, a propósito de uma campanha de marketing da japonesa Yamasa. O objetivo? Vender podómetros. A descoberta foi feita por I-Min Lee, professora de Medicina da Universidade Harvard, nos Estados Unidos da América. Mais tarde, a especialista realizou um estudo com 16.741 participantes, e concluiu que caminhar 7500 passos diários reduz a mortalidade em 41%.
Em 2019, uma outra investigação, liderada por Samantha Hajna, da Universidade de Cambridge, descobriu que a partir de uma média de cinco mil passos diários começam a notar-se melhorias cardiovasculares e no metabolismo.
Anabela Marques, coordenadora da Unidade de Medicina Física e de Reabilitação do Hospital Lusíadas Porto, lembra que as metas são relativas. Depende da velocidade e da estatura de cada um.
Do lado do Hospital da Luz, o cardiologista José Ferreira Santos apoia-se em evidências científicas. O responsável recomenda, pelo menos, oito mil passos por dia, sublinhando o seu efeito benéfico na diminuição do risco de cancro e de doenças cardíacas.
Sendo assim, que meta deve tentar perseguir? A Organização Mundial da Saúde prefere outra linguagem e recomenda 150 a 300 minutos semanais de atividade física aeróbica moderada ou 75 a 150 minutos de atividade física aeróbica intensa.
O mesmo defende a coordenadora da Unidade de Medicina Física e de Reabilitação do Hospital Lusíadas Porto, lembrando que a atividade deve sempre depender da idade, do propósito para o exercício e da condição cardiovascular. Em alternativa, propõe sessões de 30 minutos em ritmo de caminhada intensa, cinco vezes por semana.
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