"Desde que acordamos somos inundados com informação e o nosso cérebro evolui a filtrar e a focar-se em estímulos que são emocionalmente relevantes, atribuindo-lhes valências. Quando temos um estímulo que é recompensador e atrativo, atribuímos-lhe uma valência positiva, se for mau ou aversivo, a valência é negativa. O nosso comportamento está de acordo com o selo atribuído àquele estímulo", diz Ana João Rodrigues.
A investigadora, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho, está a realizar um projeto de investigação, denominado ‘Encoding reward and aversion in the mammalian brain: the overlooked role of endogenous opioids’, com o intuito de desvendar o modo como o cérebro de que forma o cérebro entende o prazer e a aversão.
Ana João Rodrigues espera assim conseguir descodificar os mecanismos por trás das doenças mentais, tais como a depressão e comportamentos de adição.
Ana João Rodrigues© DR
"Este projeto tenta perceber a forma como o nosso cérebro codifica o prazer e a aversão, como algo positivo e algo negativo, com o objetivo de compreender o que está na base de algumas decisões que tomamos. Em algumas doenças, como a depressão e a adição, os indivíduos têm défices neste sistema que codifica o prazer e a aversão. Ao compreendermos como isto acontece, do ponto de vista fisiológico, é possível perceber o que acontece quando está disfuncional", explica a investigadora.