Investigadores descobrem molécula por trás de problemas de aprendizagem

Os académicos portugueses do i3S apuraram que a megalina, uma molécula recetora da superfície das células, controla a ação e a sobrevivência dos neurónios e desempenha um papel essencial no processo de aprendizagem e memória.

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Notícias ao Minuto
08/09/2020 19:17 ‧ 08/09/2020 por Notícias ao Minuto

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Estudo português

A descoberta da nova função da megalina, divulgada na revista científica internacional Brain Communications, torna esta molécula um novo factor a ter em conta na formação e consolidação de memórias.

Para o estudo, duas equipas do i3S, lideradas pelas investigadoras Maria João Saraiva e Teresa Summavielle, utilizaram células em cultura e modelos animais com a expressão de megalina modificada, e foram capazes de mostrar as consequências arrasadoras que a diminuição da megalina exerce no sistema cognitivo de ratinhos. Os animais com expressão de megalina reduzida revelaram enormes dificuldades de aprendizagem e de memorização.

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De acordo com João Gomes, autor do trabalho, esses processos cognitivos de aprendizagem e memorização "são em parte controlados pelo hipocampo, uma área específica do cérebro responsável pelas funções de formação e consolidação da memória, e cujos neurónios parecem ser muito afetados por baixos níveis de megalina". 

Andrea Lobo, co-autora da pesquisa, acrescenta que a "redução da megalina afeta a fisiologia dos neurónios a vários níveis".

Lobo sublinha que a megalina "é essencial para a formação de novas zonas de ligação entre os neurónios, as designadas sinapses. E sem novas sinapses ativas é impossível um bom desempenho cognitivo". 

Notícias ao MinutoAndrea Lobo e João Gomes© DR

Os investigadores alcançaram estas inferências enquanto tentavam entender as estruturas moleculares associadas à síndrome humana de Donnai-Barrow, causada por uma alteração da megalina e que se manifesta através de múltiplos problemas fisiológicos, sobretudo défices intelectuais severos ou outros sintomas neurológicos.

Mais ainda, "já sabíamos que a megalina é uma molécula recetora da proteína transtiretina (TTR) e que esta proteína tem a capacidade de regular a megalina. Agora conseguimos verificar que aumentando a TTR ela é capaz de compensar a deficiência da megalina nos neurónios. Ou seja, a TTR dá ordens à célula para produzir mais e compensar as perdas de megalina", elucida João Gomes.

No futuro os cientistas pretendem investigar se é exequível recorrer à TTR para reverter os resultados do défice de megalina nos processos de memória.

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