Um novo estudo realizado em França revela que as garrafas de vidro também podem conter microplásticos e até mais do que as garrafas de plástico. O estudo foi realizado em França com análise de algumas bebidas produzidas e engarrafadas no país.
Segundo o 'website' Verywell Health, os investigadores mediram a contaminação por microplásticos em águas, refrigerantes, cerveja e vinho em diferentes recipientes, como latas, plástico e garrafas de vidro.
Concluíram que em todos os recipientes continham microplásticos e que até as garrafas de vidro estavam mais contaminadas. "Acredito que haja uma falsa sensação de segurança quando usamos vidro. O que descobrimos é que isso provavelmente está relacionado às tampas de plástico, o que, imagino, é uma questão em que as pessoas não pensavam duas vezes antes", revela Mary M. Johnson, uma das autoras do estudo.
Leia Também: Microplásticos têm um efeito preocupante nos micróbios do nosso intestino
Os microplásticos das garrafas de vidro tinham muitas vezes a mesma cor da tampa da garrafa que ao ser danificada pode ter contribuído para a contaminação deste tipo de bebidas.
Revelam que serão necessários mais estudos para perceber se é algo que possa ser encontrado neste tipo de garrafas fora de França. "Como o estudo francês não utilizou um teste de micropartículas tão sensível, não teriam detetado partículas menores", conta o cientista Michael Hansen. Explicou que foi usada uma medida que apenas identifica partículas menores do que 20 a 30 micrómetros.
Será possível evitar os microplásticos?
O 'website' cita outros estudos em que foram descobertos microplásticos em alimentos processados, arroz, sal e até peixe enlatado. Aquecer alimentos em recipientes de plástico também os pode libertar para os alimentos.
Contudo, podem existir formas de reduzir a exposição aos mesmos. "Não se deve congelar ou aquecer no micro-ondas em recipientes de plástico. Se possível, use vidro. Se se preocupa com este tipo de questões e usa recipientes de vidro para armazenamento, certifique-se de que não haja plástico na parte superior", revela Michael Hansen.
Será que são prejudiciais para a saúde? Ainda existem vários estudos a ser feitos neste sentido. "Estudos têm sido publicados e mostram que a exposição ao microplástico está ligada a problemas como demência, doenças cardiovasculares, mortalidade e fertilidade. Ainda não sabemos onde está o limite", continua Mary M. Johnson.
Assim, pode não ser possível evitar todo o tipo de microplásticos, mas pode ser importante tentar evitá-los com algumas pequenas mudanças no seu dia a dia.
Microplásticos e o efeito nos intestinos
Segundo um estudo publicado na Nature Communications, os microplásticos têm um efeito preocupante nos micróbios do intestino. O estudo foi liderado por investigadores da Universidade Nacional Cheng Kung que alimentaram animais com nanoplásticos de poliestireno durante 12 semanas.
Uma análise mais cuidada aos animais revelou alterações subsequentes na produção de proteínas, na atividade genética, nos níveis de bactérias e na codificação de microRNAs dentro das células. Por exemplo, duas proteínas que normalmente mantêm o intestino fechado e protegido tornaram-se menos abundantes no organismo.
Leia Também: Microplásticos inalados desativam células do sistema imunitário pulmonar