As células T dividem-se em dois grupos distintos: 'auxiliares' e 'assassinas', conforme explica um artigo publicado na revista Galileu.
A função das 'auxiliares' consiste em incentivar a ação das células B, responsáveis por produzirem anticorpos. Entretanto, as 'assassinas' têm como foco destruir células infetadas por vírus externos invasores - como por exemplo, o SARS-CoV-2.
Investigadores do Instituto de Imunologia La Jolla, nos Estados Unidos, recorrendo à bioinformática, conseguiram discernir quais partes das proteínas do novo coronavírus causariam uma reação mais intensa das células.
De acordo com o estudo publicado no periódico científico Cell, os cientistas analisaram as células do sistema imunitário de dez doentes voluntários que conseguiram recuperar de quadros ligeiros da Covid-19 e detetaram que todos eles tinham no seu organismo células T capacitadas para reconhecerem a proteína spike do SARS-CoV-2.
Mais ainda, os indivíduos detinham ainda células T 'auxiliares' competentes para reagirem à presença de outras proteínas próprias do novo coronavírus.
"[Os resultados sugerem que] uma razão pela qual grande parte da população pode lidar com o vírus é que podemos ter uma pequena imunidade residual da nossa exposição ao vírus da gripe comum", disse o imunologista e investigador Steven Varga, em entrevista à revista Science.