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Do desemprego ao negócio da cosmética, com o Alentejo na alma

Nunca é tarde para mudar de vida, e mais concretamente de profissão. A entrevistada de hoje do Lifestyle ao Minuto Anabela Jorge revela como a chegada da crise a Portugal e um momento menos bom na sua vida, que passou pelo desemprego, a fez descobrir uma nova paixão na área da cosmética. Da paixão à prática criou a marca Id Velit que aposta na beleza simples e natural, com produtos locais.

"Trazemos o Alentejo na alma, e os nossos produtos são testemunho disso. O cheiro a citrinos de muitas vilas alentejanas quando as laranjeiras estão em flor, o azeite puro feito de azeitonas marcadas pelo sol, o mel das abelhas que livremente recolhem pólen pela imensidão dos campos recheados de flores, são a nossa fonte de inspiração", pode ler-se no site da marca de cosméticos naturais Id Velit

A criação da marca criada por Anabela Jorge, no coração do Alentejo em Montemor-o-Novo, não foi o resultado de um sonho antigo, e tratou-se inicialmente de uma necessidade. A necessidade que muitos portugueses enfrentaram com a grande crise económica que há cerca de uma década invadiu o país. Após ter perdido o emprego como engenheira, a empresária não perdeu o foco e através da realização de cursos no centro de emprego encontrou um novo amor na área da cosmética.

Agora Anabela está à frente da Id Velit uma marca que aposta na beleza através da criação de produtos naturais alentejanos, que respeitam não só a pele e o corpo, como a natureza e todos os seres vivos.  

Como surgiu a ideia de criar a Id Velit?

Trabalhei como engenheira na área de inspeção de gás durante muitos anos, mas com a chegada da crise fiquei desempregada. Na altura acabei por fazer várias formações no centro de emprego na área da cosmética e entretanto gostei e fui desenvolvendo essa atividade. Porém ainda tive em outros trabalhos, mas ficou aquele bichinho.

Depois, em 2018, voltei a ficar desempregada e mesmo antes disso já havia uma vontade muito grande de mudar de vida.

Por isso comecei a pensar na Id Velit, um projeto que se baseia desde o início na cosmética natural. A marca começou concretamente em abril de 2018 e aqui estou até hoje!

Antes mesmo de ter realizado as formações que referiu, a área da cosmética já lhe interessava?

Nem, por isso. Foi mesmo uma situação que surgiu com o desemprego. Aliás um gosto que surgiu num momento, vá, menos bom e que acabou por criar uma nova oportunidade na minha vida.

A Anabela tinha que idade quando esta mudança radical aconteceu na sua vida?

Fiquei desempregada aos 44 anos e estive durante três anos a fazer formações; entretanto voltei a trabalhar e depois voltei de vez ao mundo da cosmética. Com as formações incluídas posso dizer que esta aventura começou há cerca de 10 anos.

Neste momento a Id Velit só vende online ou já tem alguma loja física?

Como estamos no início da comercialização dos produtos neste momento ainda estamos a fazer tudo online, mas vamos começar a vender em lojas dedicadas à cosmética - onde os nossos produtos possam ser incluídos no portfólio. Atualmente há aqui uma farmácia em Montemor-o-Novo onde temos os produtos da Id Velit expostos, temos também uma loja em Arraiolos, mas ainda são pontos muito residuais, portanto essa colocação vai iniciar-se agora. 

Quais são os produtos que a Id Velit vende?

Resolvemos iniciar a Id Velit com uma linha para homem porque verificámos que em Portugal ainda existe uma lacuna no mercado e acreditamos que esta área começa a ter uma grande expansão. E a verdade é que atualmente já temos muitos homens não só preocupados com a sua aparência física assim como com a questão ecológica - daí essa opção. É um mercado que começa a ter um impacto enorme, já existem marcas noutros países especializadas em produtos masculinos com grande sucesso.

Neste momento estamos a vender dez produtos. Temos quatro produtos de banho: um gel de banho, um condicionador para o cabelo, champô e sabão corporal natural. Depois temos três produtos de barba: um óleo, sabão de barbear e um after shave sem álcool. E temos ainda três produtos para a pele: creme de rosto, de mãos e um bálsamo labial. 

Embora os produtos sejam masculinos, a verdade é que sete dos produtos possam ser considerados 'sem género'. 

Quantas pessoas integram a Id Velit?

A tempo inteiro sou só eu [risos]. Ainda estamos numa fase muito embrionária. Temos um responsável técnico, um gestor de segurança e temos comerciais externos à empresa.

Os ingredientes dos produtos são todos naturais?

São todos cruelty-free. Utilizamos mel - que é um derivado animal - apenas no sabão para a barba, porque é um cicatrizante natural fantástico e fazer a barba é um processo algo invasivo e agressivo para a pele, e por isso achamos que seria uma solução fantástica. E temos também no creme de mãos um produto que é derivado da tosquia das ovelhas, que se chama lanovina e não é um processo que provoque qualquer sofrimento aos animais. Utilizamos também no creme de rosto azeite e peptídeos certificados biologicamente. Queríamos que os nossos produtos tivessem algo mais do que aqueles que estão à venda no mercado. Os peptídeos são formados por aminoácios que penetram mais profundamente na pele e que permitem que haja um maior desenvolvimento de colagénio.

"Trazemos o Alentejo na alma" pode ler-se no site da marca, a Id Velit é também uma forma de dinamizar os produtos locais e nacionais? 

A Id Velit está sediada em Montemor-o-Novo e tentamos utilizar sempre matéria prima da zona. Como é o caso do mel e do azeite por exemplo. Contamos num futuro próximo vir a integrar mais produtos e tentar sempre fazer esta integração com ingredientes locais ou pelo menos produtos nacionais. 

Que produtos espera ter no futuro e quais são os seus projetos para a marca?

Numa primeira fase queremos consolidar-nos no mercado. Queremos que as pessoas experimentem os nossos produtos, que gostem e que apreciem a qualidade dos mesmos. Numa segunda fase percebemos que ainda temos aqui algumas lacunas, ou seja necessitamos de ter outro tipo de produtos, como por exemplo desodorizantes - mas sim, de início decidimos focar-nos somente em dez produtos para podermos assegurar a sua qualidade. 

Porque é que decidiu começar com uma linha apenas para homens?

Começámos com uma linha de homem, mas não significa que fique por aqui. No futuro pretendemos alargar a oferta também para as mulheres, que ainda são as grandes consumidoras de cosmética. Mas numa primeira fase quisemos mesmo dar predileção aos clientes masculinos - eles também merecem [risos]. 

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