As alterações fisiológicas da menopausa podem trazer desconforto. Os afrontamentos são, regra geral, a consequência mais comum desta fase da vida.
Hsin-Fang Chung, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Queensland em St. Lucia, Austrália, é o autor principal de um novo artigo científico, publicado no American Journal of Obstetrics and Gynecology, que sugere que parar de fumar e manter um peso saudável pode ajudar a diminuir o mal-estar associado à menopausa.
Para chegar a esta conclusão, Chung e a sua equipa analisaram os dados de oito estudos, totalizando 21460 mil mulheres com um média de 50 anos. As participantes eram da Austrália, Reino Unido, Estados Unidos e Japão.
A investigação analisou as associações entre o índice de massa corporal (IMC) e o tabagismo, por um lado, e o risco de sintomas vasomotores da menopausa, por outro. A análise também procurou verificar se as associações diferiam, de acordo com o estágio da menopausa.
No início do estudo, quase 60% das mulheres apresentavam sintomas vasomotores, como afrontamentos ou suores noturnos. Metade dessas participantes estava acima do peso, incluindo 21% delas com obesidade e 17% eram fumadoras durante o período do estudo.
No geral, a análise constatou que um IMC mais alto e hábitos de tabagismo prolongados estavam ligados a sintomas vasomotores mais frequentes ou graves.
Mais especificamente, "as mulheres obesas têm um risco quase 60% maior de sentir sintomas vasomotores frequentes ou graves, em comparação com as mulheres com peso normal" e as mulheres fumadoras "têm um risco 80% maior de ter sintomas vasomotores frequentes ou graves, em comparação com as mulheres que nunca fumaram", relata Chung citado pelo Medical News Today.
Por fim, escrevem os investigadores, a análise constatou que os resultados diferiam de acordo com o estágio da menopausa. Mais concretamente, "um maior IMC foi associado ao aumento do risco de sintomas vasomotores na pré e perimenopausa, mas com risco reduzido na pós-menopausa", diz o estudo.
A acrescentar, o estudo revela que o tabagismo intensifica o efeito da obesidade e dá às mulheres obesas que fumam mais de três vezes o risco de sofrer de sintomas vasomotores frequentes ou graves, em comparação com mulheres com peso normal que nunca fumaram.